Educação
Brasil avança nos anos iniciais do ensino fundamental. MEC investe em programas como Pé-de-Meia
Educação
MEC investe em programas como Pé-de-Meia e Escola em Tempo Integral para enfrentar desafios nos anos finais e no ensino médio – Foto: Luís Fortes/MEC
(Gov) – O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, nesta quarta-feira (14/8), os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica ( ldeb ) 2023, indicador essencial para medir a qualidade da educação do Brasil. De acordo com o ldeb, o País alcançou 6 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano), atingindo a meta nacional estabelecida para o primeiro ciclo do indicador (2007-2021). Nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), o Brasil alcançou 5 pontos e o ensino médio registrou 4,3 pontos, ficando abaixo das metas do indicador para o País nessas etapas, que era de 5,5 e 5,2, respectivamente.
Confira os resultados do Ideb ao longo do tempo (2007 – 2023):
Quando se comparam os resultados de proficiência padronizada do Ideb (matemática e leitura), entre 2021 e 2023, 96% dos estados (26) melhoraram o desempenho nos anos iniciais; 59% (16 estados) nos anos finais; e 65% (17 estados) no ensino médio.
“Esse é o mais importante indicador educacional da educação básica no nosso País, já que ele mede os resultados e a efetividade das nossas políticas públicas nesta etapa de ensino”, disse o ministro de Estado da Educação, Camilo Santana. “Assim, ele funciona como um norte para as tomadas de decisões na educação básica, determinando o que deve ser melhorado no ensino e garantindo que a construção dos programas e das iniciativas seja feita de forma a assegurar o atendimento das necessidades da população” , explicou.
Ações de enfrentamento – Apesar de alguns estados terem se destacado em duas das três etapas avaliadas, o Brasil só superou a meta nos anos iniciais do ensino fundamental, o que reforça a importância de o MEC seguir atuando junto aos entes federados para a superação das desigualdades educacionais. A fim de garantir que os estudantes aprendam mais, o M inistério vem apoiando a criação de 3,2 milhões de novas vagas em tempo integral em todas as etapas de ensino, com investimento de R$ 12 bilhões até 2026. Uma escola mais atrativa, com mais tempo e segurança em todo o Brasil, é o foco do Programa Escola em Tempo Integral.
Para enfrentar os desafios d o ensino médio, o M EC investe em programas como o Pé-de-Meia, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes no ensino médio . A previsão é atender quase 4 milhões de aluno s em 2024 , com uma poupança de até R$ 9,2 mil ao longo de sua trajetória n essa etapa de ensino .
O governo federal, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), também está implantando 100 novos campi de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia em todo o Brasil. O investimento é de R$ 2,5 bilhões. São R$ 25 milhões para cada unidade, sendo R$ 15 milhões para infraestrutura e R$ 10 milhões para compra de equipamentos e mobiliário. Serão 1,4 mil novas matrículas por instituto, totalizando 140 mil novas vagas para nossos jovens , e garantindo a expansão da educação profissional e tecnológica (EPT) integrada ao ensino médio.
Os dados , divulgados nesta quarta-feira , mostram que essa modalidade de ensino apresent ou melhores índices em r e l aç ã o ao ensino médio regular , na última medição . “ Houve um esforço dos estados brasileiros para ampliar sua rede de ensino médio técnico integrado , como uma estratégia estabelecida pelo governo. E o que o Ideb apresenta para nós é uma melhora efetiva nos indicadores educacionais para os estados que apostaram nessa modalidade”, apontou Santana.
Pensando na etapa anterior, o Programa de Fortalecimento para os Anos Finais do Ensino Fundamental, o Escola das Adolescências, conjuga esforços para reduzir desigualdades educacionais e dialogar com interesses, contextos e demandas dos adolescentes , recompo ndo aprendizagens e atuando para diminuir a evasão e o abandono escolar.
Já a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola ( Pneerq ) tem como objetivo implementar ações voltad a s à superação das desigualdades étnico-raciais e do racismo nos ambientes de ensino, bem como à promoção da política educacional para a população quilombola. São previstos, até 2027, R$ 2 bilhões de investimento e 200 mil professores e gestores formados.
Na visão do diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Moreno, essas políticas educacionais enfocam a maior necessidade do País: a su peração de desigualdades . “ A s proporções educacionais não são uniformes entre os estados e territórios no Brasil. O que os dados do Ideb nos mostram é que há uma grande variação entre as regiões no acesso à escola e no avanço da educação e que essas desigualdades tendem a aumentar ainda mais com o passar dos anos na escola, com o ensino médio sendo o principal ponto de atenção”, declarou.
Comparativo – Os resultados do Ideb foram impactados pela pandemia de c oronavírus, uma vez que sua metodologia compreende medidas do aprendizado e da trajetória regular dos alunos entre as etapas de ensino. O cálculo do indicador de 2021 seguiu a mesma metodologia proposta em 2007 , utilizada de forma inalterada ao longo dos anos, com o objetivo de manter a comparabilidade do indicador.
Entretanto, a pandemia foi um fator imprescindível às interpretações, já que teve grande impacto nas atividades escolares. Um exemplo é o crescimento abrupto das taxas de aprovação da rede pública entre 2020 e 2021, quando comparadas a o período pré -pandemia (2019), provavelmente relacionado a ajustes nos critérios de aprovação e a adoção do continuum curricular. Embora essa elevação promova um incremento no Ideb, a própria formulação do indicador já considera que esse aumento , não associado a uma elevação da proficiência média nas avaliações , pode não assegurar uma efetiva melhora no desempenho do sistema educacional.
Metas e projeções – O Ideb é composto por dados referentes à aprovação dos estudantes (fluxo escolar) e às médias de desempenho nas avaliações. É calculado a partir do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Varia de 0 a 10, de modo que quanto melhor o desempenho dos alunos e mais alto o número de aprovados, maior é o Ideb.
O i ndicador foi criado em 2007, mesmo momento em que se estabeleceu o “ Compromisso Todos pela Educação” (Decreto nº 6.094/2007), com metas a serem atingidas por cada estado brasileiro , pel o Distrito Federal e pel os municípios, bem como resultados projetados para cada unidade escolar. O primeiro ciclo do Ideb se encerrou em 2021. Em janeiro de 2024, o Inep instituiu um Grupo Técnico , o GT Novo Ideb, com o objetivo de elaborar um estudo técnico para subsidiar o MEC na atualização do Índice e de novas metas.
“A ideia é que o Ideb continue sendo o indicador que nos guia na apreciação do desenvolvimento da educação, mas talvez alguns ajustes sejam necessários, sempre com a preocupação de que não se perca a possibilidade de comparação ao longo do tempo. Estamos encerrando o ciclo do compromisso pelo desenvolvimento da educação, de 2007 , quando se p rojetaram metas de desenvolvimento da educação até 2021 . Como o PNE [Plano Nacional de Educação] tem vigência até 2024, podemos considerar que essas metas continuaram até aqui ”, explicou o presidente do Inep, Manuel P al a cios .
Educação
Professores: Mais de 2,7 mil alunos do Complexo da Maré têm acesso a laboratórios de informática
Professores falam como o acesso à tecnologia promoveu avanços no desenvolvimento dos estudantes – Foto: Assessoria (Gov)
(Gov) – Com 130 mil habitantes, o Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, foi um dos locais contemplados pelo programa Computadores para a Inclusão, do Ministério das Comunicações, para promoção de inclusão digital na rede pública de ensino.
Seis escolas receberam dez computadores cada, somando 60 equipamentos que hoje compõem laboratórios de informática. As máquinas auxiliam professores para um ensino mais dinâmico e aplicação de conteúdos on-line. Aos alunos mais carentes da região, os equipamentos permitiram uma gama de aprendizados tecnológicos.
Karen Morena, professora de uma das escolas públicas contempladas, disse que a doação dos computadores contribuiu para o projeto de ampliação do uso da tecnologia nas escolas e falou das melhorias na rotina das crianças.
“A ampliação da quantidade de computadores proporcionou melhor dinâmica na aprendizagem dos alunos. Eles buscam informações e tiram dúvidas durante as aulas diretamente na internet, proporcionando uma atuação mais direta com o conhecimento. Os aparelhos tornaram as aulas mais dinâmicas, aumentando o interesse dos alunos”, contou a professora.
A coordenadora regional de educação, Fátima Barros, destacou a importância da inclusão digital dos alunos da comunidade. “A Maré é um território que está sempre com conflito policial e quanto mais os alunos têm intimidade com os meios digitais, maior é a possibilidade de acesso a conteúdo remoto, aulas, mídias educativas etc. Isso não significa que não tenham perdas, mas minimiza, pois passa a ter acesso a este meio, que é uma forma de acesso e mais uma estratégia pedagógica”.
O programa entregou computadores para as seguintes escolas municipais: Erpídio Cabral de Souza (467 alunos); Osmar Paiva Camelo (559 alunos); Genival Pereira de Albuquerque (250 alunos) Olímpiadas Rio (641 alunos); Lino Martins da Silva (379 alunos) e Nova Holanda (449 alunos). Ao todo, 2,7 mil estudantes são beneficiados.
“Essa é uma política pública que faz a diferença na vida dessas crianças e jovens, além dos professores. A meta do Ministério das Comunicações é levar inclusão digital para as comunidades, reduzir desigualdades e promover a inclusão social. É uma grande alegria ver que as crianças da Maré estão tendo o desenvolvimento que merecem dentro desse ambiente digital”, afirmou Juscelino Filho, ministro das Comunicações.
Computadores para a Inclusão
O programa do Ministério das Comunicações promove a inclusão digital no país por meio dos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) espalhados em vários estados. No RJ, ele fica em Maricá, região metropolitana da capital.
São nesses espaços físicos que máquinas descartadas por instituições bancárias e judiciárias recebem tratamento adequado e são renovadas para entrega em escolas públicas, territórios quilombolas, indígenas e locais remotos e de difícil acesso.
Também é nos CRCs que jovens, adultos e idosos aprendem a recuperar esses computadores doados por meio de cursos e oficinas de informática e manutenção de eletrônicos. O programa promove a inclusão digital e permite a inserção de pessoas no mercado de trabalho com o que é ensinado ao longo do processo de recondicionamento das máquinas.
Depoimento de professores
ESCOLA MUNICIPAL ERPÍDIO CABRAL DE SOUZA
“Houve uma evolução expressiva no letramento digital, principalmente para alunos com mais de 10 anos. Também é muito utilizado para atividades de reforço na alfabetização, através de jogos e pesquisas.”
ESCOLA MUNICIPAL LINO MARTINS DA SILVA
“A doação beneficiou 13 turmas da nossa escola, com um total de 380 crianças, ocasionando uma melhora significativa na aprendizagem, uma vez que, com tal ferramenta, ampliamos o acesso ao novo suporte tecnológico e, consequentemente, sua utilização na rotina escolar.”
ESCOLA MUNICIPAL GENIVAL PEREIRA DE ALBUQUERQUE
“Os computadores servem de aliados na construção do conhecimento dos alunos, pois muitos conseguem construir uma lógica de pensamento, que estimula a alfabetização de forma que faça mais sentido pra eles, além de mais atraente. Alunos que muitas vezes têm dificuldade na hora de transcrever o pensamento para uma folha através do lápis, no computador, através dos estímulos, sentem mais segurança e assim executam melhor as ações.”
“São alunos que só sabiam mexer no celular para utilizarem redes sociais e que hoje entendem que o computador vai muito além disso.
A doação dos computadores possibilitou um acesso mais amplo à tecnologia nas nossas escolas.”
“O uso regular dos novos dispositivos tem promovido um aprendizado mais dinâmico e envolvente, focado no desenvolvimento de competências digitais essenciais para o século XXI. Além disso, essa inclusão digital tem sido fundamental para reduzir as barreiras tecnológicas e proporcionar igualdade de oportunidades entre os alunos.
ESCOLA MUNICIPAL OSMAR PAIVA CAMELO
“Os computadores também incentivaram o trabalho colaborativo entre os estudantes. Projetos em grupo e atividades multidisciplinares tornaram-se mais fáceis de realizar, estimulando a troca de conhecimento e fomentando um ambiente de inovação dentro das salas de aula. Essa abordagem tem contribuído para o desenvolvimento de habilidades sociais e para um aprendizado mais interativo.”
“Além disso, a doação reforçou o perfil tecnológico das nossas escolas. Com esses recursos, os alunos agora têm a oportunidade de explorar ideias inovadoras e desenvolver soluções digitais em um ambiente educacional mais alinhado às demandas contemporâneas, fortalecendo o compromisso das escolas com uma educação focada na tecnologia e na preparação para o futuro.”
“A partir do uso cotidiano dos computadores, podemos afirmar que são instrumentos valiosos para os alunos de nossa escola, pois proporcionam uma gama de possibilidades educacionais que fazem toda diferença no processo de aprendizagem. Além disso, essas ferramentas despertam o interesse e a curiosidade, itens fundamentais para desenvolvimento pleno do ser na aquisição de novos conhecimentos.”
“Com o apoio mediador da professora articuladora e dos professores regentes e planejamento prévio, os alunos utilizaram os computadores na produção de textos e simulados, na elaboração de jogos pedagógicos, pesquisa e tratamento de dados, dentre outros.”
ESCOLA MUNICIPAL NOVA HOLANDA
“Percebemos, com a implantação dos computadores, um ganho educacional para nossos alunos, permitindo que se insiram em um mundo interativo e conectado com possibilidades de serem não apenas espectadores no processo pedagógico, mas agentes de seu próprio conhecimento.”
ESCOLA MUNICIPAL OLIMPÍADAS RIO
“Os aparelhos doados proporcionaram mais autonomia no processo de aprendizagem, pois passam a despertar o interesse dos alunos em serem protagonistas da busca pelo conhecimento a partir do acesso à internet, contribuindo com a criticidade e a formação social.”
“Proporcionou maior quantidade de alunos com acesso às aulas ao menos tempo, à medida que a quantidade de computadores foi aumentada, ampliando a possibilidade da aplicação das avaliações de forma on-line mais eficaz e prática à medida que o número de alunos que fazem a prova ao mesmo tempo se tornou maior.”
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