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MDS inaugura primeira ‘cuidoteca’ do país na Universidade Federal Fluminense

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 Iniciativa integra o Plano Nacional de Cuidados – Foto: Lyon Santos/ MDS

“A Política de Cuidados, por meio de creches, de escolas em tempo integral, de parcerias como essa com a Universidade Federal Fluminense e, também com empresas, garantirá espaços alternativos para que crianças, pessoas com deficiência, idosos, enfim, pessoas que são cuidadas, possam ter assistência”, analisou Wellington Dias. 

“Com isso, as pessoas que cuidam, especialmente as mulheres, têm tempo para estudar e trabalhar e assim democratizamos as oportunidades”, prosseguiu o ministro, por meio de vídeo exibido na cerimônia de lançamento da cuidoteca.

A secretária nacional de Cuidados e Família do MDS, Laís Abramo, reforçou que o projeto é apenas uma das iniciativas derivadas da Política Nacional de Cuidados. “A grande novidade dessa política é justamente pensar ao mesmo tempo em quem precisa do cuidado e quem cuida. A ideia é que as crianças estejam acolhidas em um ambiente seguro, acessível, saudável, respeitando as suas características de diversidade e, ao mesmo tempo, liberar o tempo das suas cuidadoras que, repito, em geral, são as mães, as mulheres, para que elas possam completar suas trajetórias profissionais e educacionais”, afirmou.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2022, as mulheres dedicam, em média, o dobro de horas ao trabalho de cuidados não remunerado do que os homens, respectivamente 21,3 e 11,7 horas semanais. Foi diante desse panorama que surgiu na UFF um coletivo de mulheres que se organizou de forma autônoma para criar uma rede de apoio para as mães da universidade.

Roberta Ferreira foi uma das idealizadoras dessa iniciativa que cresceu e se transformou no Movimento Mães da UFF, que hoje reúne cerca de 70 mulheres e que se tornou um dos embriões da cuidoteca. “Atualmente estou no 7° período na graduação e, até então, nunca pude cursar nenhuma disciplina à noite na faculdade. Sou mãe solo e moro sozinha com meu filho. Por isso, só posso estudar quando ele está na escola ou comigo”, contou.

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Para ela, que é beneficiária do Programa Bolsa Família (PBF) e da Bolsa Discente da universidade, a criação do espaço é fundamental. “Quando soube da cuidoteca, minha primeira reação foi só chorar, por saber a importância do projeto para as mulheres mães que se encontram em situação de vulnerabilidade”, disse.

De acordo com Pnad-C, em 2022, entre as mulheres que não estavam trabalhando e nem procurando emprego, quase um terço estava nessa situação em função das responsabilidades de cuidados. Já os homens representavam apenas 3,5%. Ainda segundo os dados do IBGE, no Brasil, 40 milhões de crianças, sendo 18,1% crianças na primeira infância, necessitavam de cuidados, no entanto, apenas 33,9% das crianças de zero a três anos frequentam escolas ou creches (Pnad-c, 2022).

“Eu sou mãe, fiquei grávida no segundo período da graduação. Esse projeto foi muito sonhado por nós, mães da universidade”, salientou Hestafania Motta, beneficiária da Cuidoteca e uma das fundadoras do Movimento de Mães da UFF. Ela também lembrou de outras colegas que tiveram que abandonar os estudos por conta da falta de rede de apoio da maternidade.

Para Antonio Claudio Nóbrega, reitor da UFF, o projeto representa a essência da universidade. “Ela está conectada com as necessidades da sociedade e essa parceria com o MDS, para nós, é absolutamente fundamental, porque nós somos instrumentos do povo brasileiro”, comentou.

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Outra iniciativa que compõe o tecido da política de cuidados é a lei municipal do Rio de Janeiro, chamada de Espaço Coruja ( Lei nº 6.419/2018 ), que prevê a criação de espaço de acolhimento para crianças cujos responsáveis trabalhem ou estudem no período noturno.

ACOLHIDA — A cuidoteca da UFF fica aberta das 17h às 22h, beneficiando até 40 crianças cujos responsáveis são estudantes, servidores ou trabalhadores terceirizados da universidade em Niterói (RJ).

O projeto busca proporcionar segurança para cuidadoras e cuidadores, garantindo que possam cumprir suas obrigações acadêmicas e profissionais sem preocupações com o bem-estar dos filhos.

A base das atividades são: cuidado e acessibilidade; ludicidade e o direito de brincar; proteção com segurança e convivência, por meio de um atendimento com qualidade. A expectativa é que a iniciativa subsidie a expansão de outros espaços.

O MDS, por meio da Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família (SNCF), desempenhou um papel fundamental na concepção e implementação do projeto. Entre suas principais contribuições estiveram:

• Coordenação e formulação da política: desenho e desenvolvimento do projeto dentro do Plano Nacional de Cuidados, promovendo a intersetorialidade e a corresponsabilidade entre Estado e famílias;

• Financiamento: transferência de recursos financeiros para a UFF, viabilizando a criação do espaço como um modelo-piloto;

• Definição conceitual e metodológica: elaboração do plano de trabalho alinhado às diretrizes da Política Nacional de Cuidados;

• Monitoramento e avaliação: acompanhamento técnico e avaliação participativa para garantir efetividade e impacto do projeto;

• Capacitação e formação: treinamento da equipe da UFF e dos bolsistas do projeto para aprimorar a qualidade dos serviços prestados;

• Expansão da política de cuidados: a cuidoteca da UFF foi concebida como um modelo de parametrização e replicabilidade para outras instituições e modalidades futuras.

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Núcleo de Acessibilidade da Univali promove roda de conversa sobre autismo no ambiente acadêmico

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Instituição tem cerca de 250 alunos com Transtorno do Espectro Autista

O Núcleo de Acessibilidade (NAU) da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) irá promover uma roda de conversa sobre autismo no ambiente acadêmico. O objetivo do evento é conscientizar a comunidade acadêmica sobre a inclusão do aluno com Transtorno do Espectro Autista e os recursos de acessibilidade necessários para o sucesso da graduação.

A instituição tem hoje mais de 700 alunos com algum tipo de deficiência ou transtorno, sendo que, em média, 250 são autistas.

A responsável pelo NAU, Bianca Reimão Curraladas, explica que o evento faz parte das atividades do Mês de Conscientização do Autismo e visa debater o direito ao acesso e à permanência dos acadêmicos no ensino superior. “Nossa intenção é abordar os desafios e os cases de sucesso no processo de inclusão, trazer depoimentos de alunos autistas, professores e técnicos de Educação, bem como apresentar o fluxo de atendimento do NAU”.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), cerca de 6 mil pessoas com autismo estavam matriculadas no ensino superior brasileiro em 2023, um aumento de mais de 500% em relação aos 980 registrados em 2017.

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O evento acontece no dia 28 de abril, das 19h às 22h30, no auditório do bloco F4. A inscrição pode ser feira aqui.

Mais informações: no Núcleo de Acessibilidade Univali – (47) 3341-7572.

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