Política Regiões Sudeste e Sul
Bolsonaro tinha certeza que seria reeleito e só com a vitória de Lula se deu conta de que poderá enfrentar problemas na Justiça
Bolsonaro está quieto porque teme seu futuro na Justiça, dizem aliados. Além de quase não sair da residência oficial, chefe do Executivo deixou de falar regularmente via WhatsApp com os assessores, que atribuem postura a preocupação com o futuro perante a Justiça e inconformismo com a derrota nas eleições.
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Jair Bolsonaro fala à imprensa no Palácio da Alvorada – Foto: Fabio Rodrigues – Pozzebom / Agência Brasil
Desde que foi derrotado nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se recolheu e decidiu falar publicamente apenas após a pressão de aliados – ministros do Centrão e o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fazem parte deste grupo.
Após fazer duas declarações curtas – uma, para reconhecer a derrota; outra, para pedir que bolsonaristas parassem de bloquear rodovias –, e participar de um encontro com o Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro voltou para o silêncio.
O presidente tem causado surpresa até no núcleo mais próximo, já que ao longo do mandato Bolsonaro transformou os palácios– principalmente o da Alvorada, residência oficial – em palcos para seus discursos barulhentos e conspiratórios.
Ministros do governo relataram que Bolsonaro diminuiu significativamente até mesmo as mensagens de WhatsApp – meio de comunicação preferido do presidente – a assessores e aliados.
Nos bastidores, além da dor na perna causada por uma inflamação, o recolhimento de Bolsonaro é atribuído por aliados a um inconformismo por ter perdido e à preocupação crescente com o seu futuro e o dos aliados na Justiça.
Como tinha para si que ganharia a eleição, Bolsonaro não se preparou para um mundo sem foro privilegiado e sem poder e, relatam aliados, só se deu conta durante a apuração do domingo do 2º turno de que estaria descoberto juridicamente e politicamente.
Bolsonaro quer manter viva a ideia de que foi injustiçado, mesmo que em voo solo, já que, nessa tática, foi abandonado por todos os aliados. Até porque, como afirmam, com ela o presidente coloca todas as eleições de bolsonaristas em suspeição, incluindo as de seus filhos, que vão continuar a gozar de foro privilegiado.
Na conversa que teve com ministros do STF na semana em que falou pela primeira vez após a derrota, Bolsonaro ouviu que os integrantes da Corte não tinham espírito de retaliação.
Mas Bolsonaro não se convenceu e teme que a fala valha apenas para o que se sabe sobre possíveis omissões e irregularidades na superfície. Ou seja: Bolsonaro não tem garantias de que não será alvo da Justiça, assim como seus aliados, como o ministro da Justiça Anderson Torres, os filhos e os empresários que patrocinaram atos golpistas.
Ministros do STF consultados pelo blog reiteram que a ideia – revelada pelo blog em agosto – de um pacto de governabilidade entre Congresso, governo eleito, Judiciário e governo derrotado de se aprovar uma espécie de cargo de senador vitalício, o que beneficiaria Bolsonaro, “vai e vem”.
Mas, diante da postura combativa e nada republicana de Bolsonaro com o resultado das eleições, líderes do Congresso têm dito ao Palácio do Planalto que não há clima nem ambiente para se aprovar uma tal proposta, e que ela depende de clima de pacificação. Veja mais no G1 Globo
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Governo de São Paulo, Tarcísio revoga resolução com projeto de Política de Saúde para a população LGBT
O governador atendeu à pressão feita por deputados estaduais bolsonaristas na Assembleia Legislativa de São Paulo – Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
(Brasil 247) – O governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), revogou nesta segunda-feira (29) uma resolução da secretaria de Saúde que submetia à consulta pública uma proposta de Política Estadual de Saúde Integral da População LGBT+.
Em nota, a secretaria afirmou que a proposta vai ter alguns ajustes, mas não disse quais vão ser as alterações. “Após análise criteriosa da secretaria de Saúde, o texto deverá ser republicado”.
O projeto tinha ações para acolhimento e prevenção ao preconceito envolvendo crianças e adolescentes LGBT+. Também discutia medidas relacionadas aos direitos reprodutivos da população.
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