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Governador Cláudio Castro diz que recorrerá a todas as instâncias e que tirar o RJ do Regime de Recuperação Fiscal é ‘maldade’

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Governador Cláudio Castro concede entrevista coletiva sobre o Regime de Recuperação Fiscal – Foto: Eliane Santos

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse na tarde desta segunda-feira (17) que “tirar o RJ do Regime de Recuperação Fiscal, além de ser uma maldade, não condiz com o trabalho que está sendo feito” no estado.

Em coletiva de imprensa ao lado do secretário de Fazenda, Nelson Rocha, ele falou sobre a decisão do Ministério da Economia em rejeitar o plano de retorno do estado do Rio de Janeiro ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), como antecipou o Blog da Ana Flor.

“Estamos fazendo nossa parte, mas sem dizimar o servidor público e afins. Leiam a lei complementar 178 e vejam que ela permite concorrer em recomposição em até 14%, nós demos 13%”, afirmou Cláudio, referindo-se à lei que regula alterações no Regime de Recuperação Fiscal e em despesas com aposentados e pensionistas.

O governo estadual já foi comunicado da decisão do Ministério da Economia, em carta assinada pelo secretário especial do Tesouro e Orçamento substituto, Julio Alexandre Menezes da Silva.

‘Iremos a todas instâncias que tivermos que ir’

O governador enfatizou que o projeto está dentro da lei, que cumpriu todas as exigências feitas por técnicos da Economia e que o mesmo tem um tom desenvolvimentista para o estado, sem deixar de cumprir as regras. Disse ainda que pretende brigar para que ele seja aprovado.

“Defenderemos o Rio de Janeiro intransigentemente, iremos a todas instâncias que tivermos que ir. A decisão de investimento maior no primeiro ou últimos anos é uma decisão do estado. É um trabalho que visa a salvação desse estado, que respeita o servidor. Não temos direito de desrespeitar a lei, nem o Ministério da Economia, nem desrespeitar o funcionalismo “, disse Cláudio Castro.

Segundo o blog, a decisão de rejeitar o retorno do Rio é baseada em pareceres do Tesouro Nacional e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que pedem a rejeição desse planejamento montado pelo governo estadual. O blog teve acesso a essas recomendações.

Reunião com ministro pode selar destino do estado

O secretário de Fazenda do estado, Nelson Rocha também participou da coletiva de imprensa e explicou que o próximo passo é se encontrar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e discutir ponto a ponto do projeto para tentar aprová-lo.

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Cláudio Castro se reúne com Paulo Guedes na quarta-feira (19) às 17h para debater os pareces recebidos pelo Tesouro e da PGFN.

Como antecipou o blog na última semana, os documentos entregues pelo Rio ao governo federal ampliam gastos estaduais, em vez de reduzi-los, e preveem reajustes anuais aos servidores da administração local.

“O plano apresentado é um plano inovador que permite o Rio de Janeiro reconstruir a sua situação fiscal. É um plano que parte de pressupostos, de responsabilidade e se pauta pela responsabilidade fiscal. Para nós é uma surpresa esse parecer. Cumprimos tudo o que foi estabelecido nas conversas, mas ainda assim virou uma negativa”, disse.

“Não é reajuste, como muitos quiseram fazer intriga, é recomposição salarial “, Nelson Rocha

Além dos pareceres contrários do Tesouro e da PGFN, há um terceiro documento do Conselho Supervisor do Regime de Recuperação Fiscal do Rio, formado por representantes do governo do estado, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do próprio Ministério da Economia.

O secretário tentou tranquilizar dizendo que, mesmo fora do regime, o estado do Rio não “vai acabar”, no entanto, o estado teria que lidar com uma dívida anual de R$ 24 bilhões. Para se ter uma ideia, a arrecadação de 2021 foi de pouco mais de R$ 53 bilhões, ou seja, quase metade do orçamento estaria comprometido com dívidas.

“Mesmo se ficar de fora do RRF, o Rio de Janeiro não vai acabar, e nem vive às custas dos outros como disseram por aí. Como disse o governador, nós somos um dos quatro estados que mais arrecadam para o Governo Federal no país”, diz o secretário.

Veja os pontos que pesaram contra o RJ

O plano de Recuperação Fiscal do Rio de Janeiro foi analisado por três instituições: a Secretaria do Tesouro Nacional, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e o Conselho Supervisor do Regime de Recuperação Fiscal do Rio, que aprovou o projeto com ressalvas.

Veja alguns pontos criticados pelo projeto:

A Secretaria do Tesouro Nacional alegou que “os elementos apresentados indicam a precariedade do Plano apresentado para o reequilíbrio das finanças do Estado, baseado em premissas técnicas frágeis”.

O estado do Rio calculou que teria um crescimento significativo de resultado primário – o cálculo das receitas menos as despesas – apenas no último ano de vigência do regime, antes, pretende usar valores arrecadados para investir no estado.

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De R$ 10 bilhões em 2022, o resultado cairia até R$ 2,5 bi em 2029. E, para 2030, pularia para R$ 15 bilhões.

Na análise, a Secretaria do Tesouro Nacional avalia que para esse aumento no último ano ocorrer “o Estado prevê reduzir seus investimentos em 83%, levando-os para patamar inferior ao observado em 2018 e 2019, quando o próprio Estado afirmou ter realizado investimentos criticamente baixos”. O que, parava secretaria, faz com que o desempenho fiscal se dê de forma inconsistente e precária.

Outro ponto apresentado no parecer é a securitização da dívida – ou seja, o estado quer vender títulos no mercado tendo como remuneração o valor arrecadado da dívida.

A expectativa do governo do Rio é arrecadar 19,6 bilhões em 10 anos, mas o Tesouro Nacional considerou esse número alto já que desde 2012, a soma de todos os valores arrecadados com companhia de securitização por todos os estados da federação foi de R$ 10,5 bilhões – praticamente a metade do que só o Rio quer arrecadar em um prazo semelhante.

O secretário de Fazenda Nelson Rocha criticou o argumento do Governo Federal.

“Em relação à securitização, tem a síndrome de Gabriela. ‘Eu nasci assim, cresci assim. Vou ser sempre assim’. Eles têm resistência a qualquer proposta nova”, disse.

Os órgãos do Ministério da Economia criticaram também gastos com servidores.

No fim do ano passado, a Alerj aprovou e o governador sancionou a recomposição salarial de servidores pela inflação.

A Secretaria do Tesouro Nacional argumentou que isso gerou aumento nas despesas de 17% em 2022 e 9% em 2023, mesmo o Rio querendo entrar no regime. Já a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional questionou o fato de os triênios deixarem de existir apenas para novos servidores e não para os que já estão na carreira.

“Os servidores estão há 8 anos sem recomposição. Não é reajuste salarial. É recomposição. É mais: o regime de recuperação fiscal é uma lei, não é a bel prazer dos técnicos do plano não. E a recomposição salarial está prevista na lei”, disse.

Secretário Nelson Rocha participou de coletiva sobre o Regime de Recuperação Fiscal – Foto: Eliane Santos

Fonte: G1 Rio

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Ministro da Educação, Camilo Santana, lança programa Pé-de-Meia no estado de Pernambuco

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Estimativa é que a poupança do ensino médio beneficie mais de 177 mil estudantes pernambucanos. Investimento previsto para o estado este ano é superior a R$ 500 milhões – Foto: Angelo Miguel/MEC

(MEC) – O Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, lançam o programa Pé-de-Meia no estado nesta quinta-feira (9/5). A agenda formaliza a adesão de Pernambuco à poupança do ensino médio, que pode beneficiar mais de 17 7 mil estudantes no estado, com um investimento estimado de mais de R$ 500 milhões. A solenidade acontece a partir das 9h30 (horário de Brasília), na Sala de Convenções da Arena Pernambuco, em Recife (PE ).

Durante o evento, serão divulgados os critérios e as formas de acesso e permanência no Pé-de-Meia para os alunos matriculados no ensino médio público d e Pernambuco. A colaboração entre o Governo Federal e os entes federados no âmbito do programa ocorre por meio da sensibilização das redes públicas de ensino médio responsáveis por prestar as informações necessárias à execução da política. O estado de Pernambuco já aderiu ao Pé-de-Meia.

Critérios – Para receber a poupança do ensino médio, o aluno não precisa fazer qualquer cadastro, basta ter Cadastro de Pessoa Física (CPF) e matrícula em série do ensino médio público, registrada até dois meses após o início do ano letivo. Além disso, é necessário ter de 14 a 24 anos e ser integrante de família beneficiária do Programa Bolsa Família, que será prioridade nesse início do incentivo financeiro-educacional. O Pé-de-Meia deve beneficiar, neste ano, em todo o Brasil, cerca de 2,5 milhões de estudantes. O investimento do MEC previsto para 2024 será de R$ 7,1 bilhões. Hoje, o Pé-de-Meia é para estudantes da rede pública do ensino médio inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais ( CadÚnico ) e beneficiados pelo Bolsa Família. O Governo Federal já anunciou a ampliação do programa.

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Pagamento – O Pé-de-Meia prevê o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento, além dos depósitos de R$ 1.000 ao final de cada ano concluído, os quais só poderão ser retirados da poupança após a conclusão do ano letivo. Considerando as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e o adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os valores podem chegar a R$ 9.200 por aluno.

A parcela do Incentivo-Frequência, no valor de R$ 200, será depositada conforme o mês de nascimento do beneficiado, em contas digitais abertas automaticamente pela Caixa Econômica Federal em seu nome. Caso o estudante participante do programa seja menor de idade, para sacar o dinheiro ou utilizar o aplicativo Caixa Tem, será necessário que o responsável legal realize o consentimento e autorize o estudante a movimentar a conta. Esse consentimento poderá ser feito em uma agência bancária da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Tem. Se o aluno tiver 18 anos ou mais, a conta já estará desbloqueada para utilização do valor recebido. Em caso de dúvidas, basta acessar os canais digitais do MEC ou o aplicativo Jornada do Estudante.

Pé-de-Meia – Instituído pela Lei nº 14.818/2024, o Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de pessoas matriculadas no ensino médio público. Seu objetivo é democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social. Os estados, o Distrito Federal e os municípios vão colaborar e prestar as informações necessárias à execução do incentivo, a fim de possibilitar o acesso a ele para os estudantes matriculados nas respectivas redes de ensino.

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Mais informações: Press Kit Pé-de-Meia

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