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“Punição para todos, a começar pelo chefe inelegível; sem anistia”, diz Gleisi Hoffmann

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Presidente nacional do PT destaca importância da prisão de Braga Netto e reforça o enfrentamento à extrema direita no Brasil – Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil

(Brasil 247) – A prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro e acusado de participação em um plano golpista, foi comemorada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Em declaração pública, Gleisi sublinhou a gravidade dos crimes imputados a Braga Netto e outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, defendendo punição exemplar para todos os envolvidos.

“Braga Netto foi preso preventivamente porque tentou atrapalhar as investigações da polícia, isso depois de todos saberem que entregou dinheiro vivo em caixas de vinho, participando de plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Queriam se manter no governo a qualquer custo, para continuar a venda do país”, afirmou Gleisi.

Uma ação contra os ataques à democracia

A prisão de Braga Netto ocorreu durante operação da Polícia Federal, que cumpriu mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é investigado por tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula, eleito democraticamente em 2022. O militar está detido no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro, e a operação também incluiu buscas em endereços associados ao general.

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Gleisi ressaltou que a prisão de Braga Netto, a condenação de Roberto Jefferson a nove anos de prisão pelo STF e os avanços no processo de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP) representam passos significativos no enfrentamento às ameaças à democracia. Segundo ela, esses nomes são símbolos da cúpula bolsonarista que promoveu ódio e violência política no Brasil:

“Essa prisão, a condenação de Roberto Jefferson e a formação de maioria no TRE-SP para cassar a deputada Carla Zambelli por suas mentiras são notícias importantes no enfrentamento à extrema direita. São três nomes da cúpula bolsonarista que cometeram crimes gravíssimos contra a democracia. Três incitadores do ódio e da violência política. Com essa gente não pode haver impunidade.”

“Sem anistia”

Para a presidente do PT, é fundamental que as punições não se limitem a figuras intermediárias, mas cheguem ao núcleo central do bolsonarismo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques às urnas eletrônicas.

“Punição para todos, a começar pelo chefe inelegível. Sem anistia”, afirmou Gleisi, ecoando um sentimento presente em parte da sociedade de que é necessário responsabilizar todas as figuras envolvidas em atos contra o Estado Democrático de Direito.

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A resposta da Justiça

A operação contra Braga Netto e os desdobramentos em casos envolvendo outros membros do bolsonarismo são interpretados como sinais do fortalecimento das instituições brasileiras no combate às ameaças à democracia. O STF e outros órgãos têm intensificado ações contra grupos e lideranças que, segundo as investigações, atuaram para minar o processo eleitoral e a estabilidade política do país.

Para Gleisi, este é apenas o início de um processo mais amplo de responsabilização: “Com essa gente, não pode haver impunidade.”

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Prefeito de Porto Alegre é denunciado ao MP do Rio Grande do Sul por apologia à ditadura militar

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Betina Worm e Sebastião Melo na cerimônia de posse na Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) – Foto: Fernando Antunes/ CMPA

(Walmaro Paz, Brasil de Fato)- O discurso do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) relacionando a defesa da ditadura militar com liberdade de expressão gerou ampla reação de partidos e políticos progressistas no Rio Grande do Sul. A declaração foi compreendida pelo bloco de oposição como uma apologia à ditadura militar, o que é considerado crime previsto na Lei de Segurança Nacional e no Código Penal. O fato gerou uma denúncia por parte da bancada do PT no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) protocolada nesta quinta-feira (02). 

Melo é tido com um dos políticos mais próximos de Jair Bolsonaro (PL) na região sul e sua fala acontece em meio ao trabalho da Procuradoria Geral da República (PGR) que analisa relatórios da Polícia Federal (PF) sobre uma trama golpista que pretendia manter o ex-presidente no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Além disso, Bolsonaro é responsável pela indicação da vice-prefeita Betina Worm (PL), tenente-coronel do Exército.

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) lançou uma nota de repúdio onde afirma que a liberdade de expressão não pode ser usada como subterfúgio para a apologia ou cometimento de crimes. “Não há liberdade de expressão que permita ao individuo defender o nazismo, o racismo, a pedofilia, a tortura, a volta da escravidão. Nesse sentido, não há liberdade de expressão que permita ao individuo defender a volta da ditadura”.

Em nota, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) declarou que “a população Gaúcha assiste, estarrecida, o prefeito da capital ser conveniente com o discurso antidemocrático e inconstitucional atentando contra a ordem pública, praticados por grupos inconformados com o resultado das eleições presidenciais”.

Para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o prefeito Sebastião Melo quiz dar um “verniz de “liberdade de expressão” ao crime de apologia à ditadura militar. “Faz isso como um aceno óbvio à sua base bolsonarista e tenta falsificar a história construindo equivalências errôneas entre os defensores do regime militar e os comunistas”.

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De acordo com o Psol, a liberdade de expressão não é um recurso válido para defender crimes como a abolição do estado democrático de direito. “A manifestação do prefeito não se trata de caso isolado ou fruto de um descuido, mas faz parte de seu alinhamento à extrema direita, refletindo a possibilidade de concorrer ao governo do Estado em 2026”, diz a nota.

A bancada do PT afirmou que vai acionar o Ministério Público contra o prefeito e ponderou que se um parlamentar defender a ditadura, isso deve ser considerado como crime de apologia à ditadura, previsto na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287).

Além de ser considerado crime, as falas podem até mesmo ser motivo para o seu impeachment, escreveu o vereador Pedro Ruas (Psol) feita no X (antigo twiter) na tarde de quinta-feira (02). A deputada federal Fernanda Melchionna (Psol) e a deputada estadual Vera Sito (PT) também se manifestaram neste sentido.

Além dos atores políticos também se manifestaram diversas entidades e associações da sociedade civil, com a Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, a Associação de Ex-Presos e Perseguidos Políticos (AEPPP), o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH).

O que disse o prefeito – No último dia 1º de janeiro, o prefeito argumentou que parlamentares que defendem a ditadura não podem ser processados e que tais manifestações devem ser consideradas como “liberdade de expressão”.

“Eu quero que desta tribuna, e das 6 mil casas legislativas municipais, do Congresso Nacional, quando um parlamentar ou qualquer do povo diga ‘eu defendo a ditadura’, ele não pode ser processado por isso, porque isto é liberdade de expressão. Mas eu também quero que aquele que defende o comunismo, o socialismo, dizendo que não acredita na democracia liberal, ele não pode ser processado porque isto é liberdade de expressão. A liberdade de expressão é um valor maior”, disse Melo. 

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O Brasil de Fato RS pediu um posicionamento para a assessoria do gabinete do prefeito e aguarda uma manifestação. O Ministério Público também foi procurado.

“A defesa da ditadura militar de 1964 – que violentou a Constituição Brasileira; destituiu o legítimo Presidente da República; cassou os mandatos e direitos políticos de milhares de brasileiros; perseguiu, sequestrou, torturou, ‘desapareceu’ e assassinou outros milhares; acabou com a liberdade de organização e de manifestação; e censurou a imprensa, as artes e a cultura – seria um mero direito à ‘liberdade de expressão’”, consta na nota.

A Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) também criticou as falas proferidas por Melo e lembrou que a apologia à ditadura é crime no Brasil, previsto na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287).

“É inaceitável que o chefe do Executivo da capital de um estado federativo como o Rio Grande do Sul, que sofreu, igualmente a outros estados, com a perda da liberdade de expressão durante o período da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985), manifeste tal opinião não condizente com o Estado Democrático de Direito, o qual se caracteriza pelo respeito aos direitos humanos fundamentais e pela limitação do poder do Estado”.

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