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Prefeito de Porto Alegre é denunciado ao MP do Rio Grande do Sul por apologia à ditadura militar

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Betina Worm e Sebastião Melo na cerimônia de posse na Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) – Foto: Fernando Antunes/ CMPA

(Walmaro Paz, Brasil de Fato)- O discurso do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) relacionando a defesa da ditadura militar com liberdade de expressão gerou ampla reação de partidos e políticos progressistas no Rio Grande do Sul. A declaração foi compreendida pelo bloco de oposição como uma apologia à ditadura militar, o que é considerado crime previsto na Lei de Segurança Nacional e no Código Penal. O fato gerou uma denúncia por parte da bancada do PT no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) protocolada nesta quinta-feira (02). 

Melo é tido com um dos políticos mais próximos de Jair Bolsonaro (PL) na região sul e sua fala acontece em meio ao trabalho da Procuradoria Geral da República (PGR) que analisa relatórios da Polícia Federal (PF) sobre uma trama golpista que pretendia manter o ex-presidente no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Além disso, Bolsonaro é responsável pela indicação da vice-prefeita Betina Worm (PL), tenente-coronel do Exército.

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) lançou uma nota de repúdio onde afirma que a liberdade de expressão não pode ser usada como subterfúgio para a apologia ou cometimento de crimes. “Não há liberdade de expressão que permita ao individuo defender o nazismo, o racismo, a pedofilia, a tortura, a volta da escravidão. Nesse sentido, não há liberdade de expressão que permita ao individuo defender a volta da ditadura”.

Em nota, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) declarou que “a população Gaúcha assiste, estarrecida, o prefeito da capital ser conveniente com o discurso antidemocrático e inconstitucional atentando contra a ordem pública, praticados por grupos inconformados com o resultado das eleições presidenciais”.

Para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o prefeito Sebastião Melo quiz dar um “verniz de “liberdade de expressão” ao crime de apologia à ditadura militar. “Faz isso como um aceno óbvio à sua base bolsonarista e tenta falsificar a história construindo equivalências errôneas entre os defensores do regime militar e os comunistas”.

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De acordo com o Psol, a liberdade de expressão não é um recurso válido para defender crimes como a abolição do estado democrático de direito. “A manifestação do prefeito não se trata de caso isolado ou fruto de um descuido, mas faz parte de seu alinhamento à extrema direita, refletindo a possibilidade de concorrer ao governo do Estado em 2026”, diz a nota.

A bancada do PT afirmou que vai acionar o Ministério Público contra o prefeito e ponderou que se um parlamentar defender a ditadura, isso deve ser considerado como crime de apologia à ditadura, previsto na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287).

Além de ser considerado crime, as falas podem até mesmo ser motivo para o seu impeachment, escreveu o vereador Pedro Ruas (Psol) feita no X (antigo twiter) na tarde de quinta-feira (02). A deputada federal Fernanda Melchionna (Psol) e a deputada estadual Vera Sito (PT) também se manifestaram neste sentido.

Além dos atores políticos também se manifestaram diversas entidades e associações da sociedade civil, com a Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, a Associação de Ex-Presos e Perseguidos Políticos (AEPPP), o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH).

O que disse o prefeito – No último dia 1º de janeiro, o prefeito argumentou que parlamentares que defendem a ditadura não podem ser processados e que tais manifestações devem ser consideradas como “liberdade de expressão”.

“Eu quero que desta tribuna, e das 6 mil casas legislativas municipais, do Congresso Nacional, quando um parlamentar ou qualquer do povo diga ‘eu defendo a ditadura’, ele não pode ser processado por isso, porque isto é liberdade de expressão. Mas eu também quero que aquele que defende o comunismo, o socialismo, dizendo que não acredita na democracia liberal, ele não pode ser processado porque isto é liberdade de expressão. A liberdade de expressão é um valor maior”, disse Melo. 

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O Brasil de Fato RS pediu um posicionamento para a assessoria do gabinete do prefeito e aguarda uma manifestação. O Ministério Público também foi procurado.

“A defesa da ditadura militar de 1964 – que violentou a Constituição Brasileira; destituiu o legítimo Presidente da República; cassou os mandatos e direitos políticos de milhares de brasileiros; perseguiu, sequestrou, torturou, ‘desapareceu’ e assassinou outros milhares; acabou com a liberdade de organização e de manifestação; e censurou a imprensa, as artes e a cultura – seria um mero direito à ‘liberdade de expressão’”, consta na nota.

A Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) também criticou as falas proferidas por Melo e lembrou que a apologia à ditadura é crime no Brasil, previsto na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287).

“É inaceitável que o chefe do Executivo da capital de um estado federativo como o Rio Grande do Sul, que sofreu, igualmente a outros estados, com a perda da liberdade de expressão durante o período da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985), manifeste tal opinião não condizente com o Estado Democrático de Direito, o qual se caracteriza pelo respeito aos direitos humanos fundamentais e pela limitação do poder do Estado”.

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UPL repassa R$ 445 mil a entidade do agro gaúcho após campanha para beneficiar vítimas da chuva

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Valor foi entregue à Afubra e entidade repartirá valores a 100 famílias de pequenos agricultores que enfrentam dificuldades para se reerguer depois dos temporais deste ano

A UPL Ltd. (NSE: UPL, BSE: 512070, LSE: UPLL), fornecedora global de soluções agrícolas sustentáveis, concluiu a campanha “UPL pelo RS”, ação solidária que teve o objetivo de beneficiar as vítimas da catástrofe causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, no primeiro semestre deste ano. Com isso, houve o repasse de R$ 445.116,64 à Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), que entregará o valor a 100 pequenos agricultores.

A campanha de responsabilidade social da UPL, que tem origem indiana e forte presença – por meio de seus funcionários e da aplicação de seu portfólio – no território gaúcho começou em maio. Para se chegar ao montante entregue à entidade, a UPL criou uma chave PIX para receber doações da comunidade e dobrou o valor arrecadado.

Rogério Castro, CEO da UPL Brasil, afirma: “Os temporais deste ano causaram a perda de vidas valiosas e também de uma rica produção agrícola. Não poderíamos nos omitir diante dessa tragédia, por isso nos movimentamos para doar esse valor, que certamente ajudará dezenas de famílias a se reerguerem. Dessa forma, juntos, vamos continuar a produzir alimentos sustentáveis para um Brasil que tem se mostrado sempre solidário, o que é motivo de orgulho”.

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Em decisão conjunta, registrada em contrato, UPL e Afubra optaram por destinar os recursos por meio de “cartões-presentes” no valor de aproximadamente R$ 4.500 para as 100 famílias selecionadas. Essas famílias estão sendo criteriosamente escolhidas, considerando o nível de dificuldade para retomarem suas atividades. Os beneficiados poderão utilizar os recursos em lojas da Afubra, apenas para compras de produtos destinados à retomada da produção agrícola.

Rogério Castro complementa: “Estive na região afetada há poucas semanas e pude constatar de perto os danos sofridos. São graves. Mas a resiliência desses agricultores é enorme e eles já estão com boas expectativas para a próxima colheita. Diante desse cenário positivo, é super importante valorizar e recompensar esse trabalho incansável. É por isso que demonstro minha profunda gratidão a cada pessoa que confiou em nossa campanha. Com toda a certeza, cada centavo será fundamental para reconstruir vidas – e alimentar o mundo”.

Sobre a UPL           

A UPL Ltd. (NSE: UPL & BSE: 512070, LSE: UPLL) é uma fornecedora global de produtos e soluções agrícolas sustentáveis, com receita anual superior a US$ 6 bilhões. Somos uma empresa com propósito. Por meio do OpenAg®, a UPL está focada em acelerar o progresso do sistema alimentar. Estamos construindo uma rede que está reimaginando a sustentabilidade, redefinindo a maneira como uma indústria inteira pensa e trabalha – aberta a novas ideias, inovação e novas respostas enquanto nos esforçamos para cumprir nossa missão de tornar cada produto alimentício mais sustentável. Como uma das maiores empresas de soluções agrícolas do mundo, nosso robusto portfólio consiste em soluções biológicas e tradicionais de proteção de cultivos com mais de 14.000 registros. Estamos presentes em mais de 130 países, representados por mais de 10.000 colaboradores em todo o mundo. Para obter mais informações sobre nosso portfólio integrado de soluções em toda a cadeia de valor alimentar, incluindo sementes, pós-colheita, bem como serviços físicos e digitais, visite upl-ltd.com e siga-nos no LinkedIn, Instagram e Facebook

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