Região Sul
Com R$ 380 mi do Fundo Clima, BNDES financia aquisição de 54 ônibus elétricos em Curitiba
Região Sul
Em 2023, o Novo PAC abriu seleção para estados e municípios enviarem propostas para aquisição de ônibus no âmbito do Refrota – Foto: Ricardo Marajó/ Secretaria Comunicação Social de Curitiba
(Gov) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 380 milhões para o Município de Curitiba (PR) adquirir 54 ônibus elétricos a bateria e implantar dois eletropostos, com os respectivos equipamentos de recarga. O investimento na eletrificação da frota de ônibus, com recursos do Fundo Clima, integra o Novo PAC, no eixo de investimentos “Cidades Sustentáveis e Resilientes – Mobilidade Urbana Sustentável”.
No final de 2023, o Novo PAC abriu seleção para estados e municípios enviarem propostas para aquisição de ônibus no âmbito do Refrota. A proposta de Curitiba, que foi selecionada pelo Governo Federal, também está inserida no Programa de Mobilidade Sustentável do PlanClima do município.
Os novos ônibus elétricos, de fabricação nacional, serão utilizados na linha Inter 2, responsável pelo deslocamento de aproximadamente 91 mil passageiros por dia, e que atravessa 28 dos 75 bairros de Curitiba onde se concentram cerca de 600 mil habitantes. A linha conecta os Eixos de BRT da cidade e o trajeto engloba 19 paradas, que ocorrem em 13 estações tubo e em seis terminais de integração. Atualmente, o sistema de transporte coletivo de Curitiba movimenta cerca de 1,36 milhão de passageiros por dia.
“A eletrificação da frota de ônibus está contemplada no âmbito do Novo PAC do governo do presidente Lula justamente porque traz benefícios significativos para a economia das cidades e para o ambiente, trazendo inclusive avanços tecnológicos para o Brasil. Além de eliminar a emissão de CO2, o ônibus elétrico tem vida útil 50% maior que um veículo a diesel, o custo da energia elétrica por quilômetro é 71% menor do que o custo do diesel por quilômetro, e o custo de manutenção com peças e acessórios, por quilômetro, chega a ser 72% menor”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, responsável pela coordenação do plano de investimentos do Novo PAC, considera que a incorporação de novas tecnologias no contexto das cidades responde à necessidade de incentivar a transição energética. “Nós aceitamos e incorporamos no PAC 100% das solicitações dos prefeitos e das prefeitas e dos governadores que solicitaram apoio para o financiamento de ônibus elétricos. Significa que queremos aumentar a produção de ônibus elétricos no Brasil, para retirar os ônibus a combustão das ruas, mas também que caminhamos para promover mais saúde e mais qualidade de vida para todas as pessoas”, afirma Rui Costa.
A frota de ônibus elétricos tem crescido significativamente nos últimos anos em todo o mundo, impulsionada pelo mercado chinês, responsável por 96% da frota global, de quase 580 mil ônibus. Na América Latina, há, atualmente cerca de 5 mil ônibus elétricos a bateria em operação, com destaque para Chile (2,5 mil) e Colômbia (1,6 mil). O Brasil tem 377 ônibus elétricos, numa frota total de ônibus urbanos de cerca de 107 mil unidades.
Fundo Clima – O Fundo Clima é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e se constitui em um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com a finalidade de garantir recursos para apoio à implantação de empreendimentos, aquisição de máquinas e equipamentos e desenvolvimento tecnológico relacionados à redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e à adaptação às mudanças climáticas e seus efeitos.
O projeto de Curitiba se enquadra na modalidade Logística de Transporte, Transporte Coletivo e Mobilidade Verdes do Fundo, que prevê investimentos na eletrificação das frotas de ônibus para transporte público, inclusive para transporte escolar.
Região Sul
Prefeito de Porto Alegre é denunciado ao MP do Rio Grande do Sul por apologia à ditadura militar
Betina Worm e Sebastião Melo na cerimônia de posse na Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) – Foto: Fernando Antunes/ CMPA
(Walmaro Paz, Brasil de Fato)- O discurso do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) relacionando a defesa da ditadura militar com liberdade de expressão gerou ampla reação de partidos e políticos progressistas no Rio Grande do Sul. A declaração foi compreendida pelo bloco de oposição como uma apologia à ditadura militar, o que é considerado crime previsto na Lei de Segurança Nacional e no Código Penal. O fato gerou uma denúncia por parte da bancada do PT no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) protocolada nesta quinta-feira (02).
Melo é tido com um dos políticos mais próximos de Jair Bolsonaro (PL) na região sul e sua fala acontece em meio ao trabalho da Procuradoria Geral da República (PGR) que analisa relatórios da Polícia Federal (PF) sobre uma trama golpista que pretendia manter o ex-presidente no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Além disso, Bolsonaro é responsável pela indicação da vice-prefeita Betina Worm (PL), tenente-coronel do Exército.
O Partido Democrático Trabalhista (PDT) lançou uma nota de repúdio onde afirma que a liberdade de expressão não pode ser usada como subterfúgio para a apologia ou cometimento de crimes. “Não há liberdade de expressão que permita ao individuo defender o nazismo, o racismo, a pedofilia, a tortura, a volta da escravidão. Nesse sentido, não há liberdade de expressão que permita ao individuo defender a volta da ditadura”.
Em nota, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) declarou que “a população Gaúcha assiste, estarrecida, o prefeito da capital ser conveniente com o discurso antidemocrático e inconstitucional atentando contra a ordem pública, praticados por grupos inconformados com o resultado das eleições presidenciais”.
Para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o prefeito Sebastião Melo quiz dar um “verniz de “liberdade de expressão” ao crime de apologia à ditadura militar. “Faz isso como um aceno óbvio à sua base bolsonarista e tenta falsificar a história construindo equivalências errôneas entre os defensores do regime militar e os comunistas”.
De acordo com o Psol, a liberdade de expressão não é um recurso válido para defender crimes como a abolição do estado democrático de direito. “A manifestação do prefeito não se trata de caso isolado ou fruto de um descuido, mas faz parte de seu alinhamento à extrema direita, refletindo a possibilidade de concorrer ao governo do Estado em 2026”, diz a nota.
A bancada do PT afirmou que vai acionar o Ministério Público contra o prefeito e ponderou que se um parlamentar defender a ditadura, isso deve ser considerado como crime de apologia à ditadura, previsto na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287).
Além de ser considerado crime, as falas podem até mesmo ser motivo para o seu impeachment, escreveu o vereador Pedro Ruas (Psol) feita no X (antigo twiter) na tarde de quinta-feira (02). A deputada federal Fernanda Melchionna (Psol) e a deputada estadual Vera Sito (PT) também se manifestaram neste sentido.
Além dos atores políticos também se manifestaram diversas entidades e associações da sociedade civil, com a Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, a Associação de Ex-Presos e Perseguidos Políticos (AEPPP), o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH).
O que disse o prefeito – No último dia 1º de janeiro, o prefeito argumentou que parlamentares que defendem a ditadura não podem ser processados e que tais manifestações devem ser consideradas como “liberdade de expressão”.
“Eu quero que desta tribuna, e das 6 mil casas legislativas municipais, do Congresso Nacional, quando um parlamentar ou qualquer do povo diga ‘eu defendo a ditadura’, ele não pode ser processado por isso, porque isto é liberdade de expressão. Mas eu também quero que aquele que defende o comunismo, o socialismo, dizendo que não acredita na democracia liberal, ele não pode ser processado porque isto é liberdade de expressão. A liberdade de expressão é um valor maior”, disse Melo.
O Brasil de Fato RS pediu um posicionamento para a assessoria do gabinete do prefeito e aguarda uma manifestação. O Ministério Público também foi procurado.
“A defesa da ditadura militar de 1964 – que violentou a Constituição Brasileira; destituiu o legítimo Presidente da República; cassou os mandatos e direitos políticos de milhares de brasileiros; perseguiu, sequestrou, torturou, ‘desapareceu’ e assassinou outros milhares; acabou com a liberdade de organização e de manifestação; e censurou a imprensa, as artes e a cultura – seria um mero direito à ‘liberdade de expressão’”, consta na nota.
A Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) também criticou as falas proferidas por Melo e lembrou que a apologia à ditadura é crime no Brasil, previsto na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287).
“É inaceitável que o chefe do Executivo da capital de um estado federativo como o Rio Grande do Sul, que sofreu, igualmente a outros estados, com a perda da liberdade de expressão durante o período da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985), manifeste tal opinião não condizente com o Estado Democrático de Direito, o qual se caracteriza pelo respeito aos direitos humanos fundamentais e pela limitação do poder do Estado”.
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