RIO DE JANEIRO

Política Destaque

Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania regulamenta pensão especial para atingidos pela hanseníase

Publicados

Política Destaque

A iniciativa, conduzida pelo MDHC, dá seguimento à Lei nº 11.520/2007 e ao Decreto nº 12.312/2024 – Foto: Ricardo Stuckert/PR

(Gov) – O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) publicou no Diário Oficial da União, a Portaria nº 90, de 7 de janeiro de 2025, que detalha as regras para requerimento, revisão e recurso de pensão especial destinada aos filhos e filhas das pessoas atingidas pela hanseníase e às pessoas que tenham sido vítimas de isolamento compulsório domiciliar ou em seringais até 31 de dezembro de 1986.

A iniciativa, conduzida pelo MDHC, dá seguimento à Lei nº 11.520/2007 e ao Decreto nº 12.312/2024, reafirmando o compromisso do governo com a reparação histórica dessas pessoas.

Com a publicação da portaria assinada pela ministra Macaé Evaristo, os interessados podem solicitar a pensão especial preenchendo o formulário de requerimento, disponível no Anexo I da Portaria, indicando uma única hipótese de elegibilidade. O requerimento é personalíssimo e pode ser apresentado por representantes legais, advogados ou procuradores. Também devem ser encaminhadas provas documentais, testemunhais e periciais para comprovar as informações apresentadas.

Para a secretária Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência do MDHC, Anna Paula Feminella, a concessão da pensão reforça o compromisso do governo brasileiro com a promoção de políticas públicas baseadas no respeito à dignidade humana e na justiça social. “A reparação, a produção de memória coletiva e o desenvolvimento de ações para enfrentamento das diversas formas de discriminação são fundamentais para inspirar a não repetição de práticas de segregação e outras violações de direitos”, afirma.

Confira na íntegra a Portaria nº 90, de 7 de janeiro de 2025

Processo de requisição

Os pedidos serão analisados pelo Núcleo da Comissão Interministerial de Avaliação (NCIA), órgão vinculado à Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que terá o papel de verificar a documentação, solicitar provas adicionais e conduzir o processo de análise. Inicialmente, os pedidos poderão ser enviados pelos Correios, mas o NCIA deverá implementar um sistema eletrônico para recebê-los dentro de um ano.

Leia Também:  Ministro Edson Fachin limita decretos de Bolsonaro sobre compra de armas e munições por civis: "risco de violência política"

O secretário-executivo da Comissão Interministerial de Avaliação, Andrei Suarez Dillon Soares, explica que o colegiado terá acesso a arquivos históricos de instituições, como hospitais-colônias, preventórios e educandários, para subsidiar os processos de pensão especial. “A Comissão vai utilizar arquivos, documentos de agentes públicos que atuam ou atuaram nessas instituições, bem como outras fontes documentais e testemunhais, para comprovar o histórico de compulsoriedade de internações e isolamentos”, destaca.

Após a análise documental, a Comissão emitirá parecer prévio para subsidiar a ministra Macaé Evaristo sobre o deferimento das pensões especiais. Em seguida, os processos administrativos serão encaminhados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O pagamento da pensão será mensal, vitalício e de caráter pessoal – não podendo ser transferido para dependentes ou herdeiros.

Formado por representantes dos ministérios da Saúde; Previdência Social; e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, além do próprio MDHC, a Comissão Interministerial responsável terá 90 dias para elaborar seu plano de trabalho, com previsão de análise anual de requerimentos e o desenvolvimento de um regimento interno atualizado.

Histórico e produção de memória

Além de avaliar a elegibilidade dos requerentes da pensão especial, solicitar provas documentais, testemunhais ou periciais, a Comissão Interministerial de Avaliação será responsável por acompanhar medidas de preservação da memória documental, oral, física e arquitetônica sobre a internação e o isolamento compulsórios de pessoas com hanseníase.

Leia Também:  Direitos Humanos e Ministério da Justiça articulam ações conjuntas de proteção a crianças e adolescentes

Durante o período em que vigorou a política de segregação, que foi respaldada pelo Estado brasileiro entre os anos 1930 e 1980, mais de 30 preventórios e educandários foram organizados em todo o país para receber os filhos de pessoas diagnosticadas com hanseníase.

“As crianças cresciam em abrigos, sem laços familiares e muitas foram entregues para adoção forçada. Registros do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania apontam que uma a cada cinco das crianças separadas dos pais morreram dentro dos educandários”, explica Andrei Suarez.

Ao sancionar a lei que instituiu o pagamento de pensão para os filhos de pessoas que foram isoladas em colônias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que o Estado falhou com essas famílias e que é preciso fortalecer as políticas públicas para reparar os danos sociais que a segregação causou.

“Nenhum dinheiro no mundo é capaz de compensar ou apagar as marcas que a segregação provocou na alma e no coração das pessoas com hanseníase e suas famílias. Mas estender aos filhos o direito à pensão especial é dar mais um passo importante para a reparação de uma dívida enorme que o Brasil tem com aqueles que, durante anos, foram privados dos cuidados e carinho de seus pais”, disse.

Envio da documentação

Os requerentes devem enviar o formulário e a documentação estabelecidos na portaria para seguinte endereço: Esplanada dos Ministérios – Bloco A – 4º andar, Brasília/DF – CEP: 70.054-906. Dúvidas e informações sobre o processo de requisição da pensão especial podem ser enviadas para [email protected].

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Política Destaque

Governador João Azevêdo prestigia posse de nova Mesa Diretora do TCE e ressalta harmonia entre os Poderes e órgãos de controle

Publicados

em

(Assessoria) – O governador João Azevêdo prestigiou, na tarde desta sexta-feira (10), a sessão solene de posse do conselheiro Fábio Nogueira como presidente do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) e do conselheiro André Carlo Torres no cargo de vice-presidente, eleitos para o biênio 2025-2026. A solenidade aconteceu no Centro Cultural Ariano Suassuna, em João Pessoa. 

Também integram a nova Mesa Diretora do TCE-PB o conselheiro Nominando Diniz Filho, na função de corregedor-geral; o conselheiro substituto Marcus Vinícius Carvalho Farias, para o cargo de ouvidor-geral; o conselheiro Antônio Gomes Vieira Filho para a presidência da 1ª Câmara; o conselheiro Arnóbio Alves Viana, novo presidente da 2ª Câmara; e o conselheiro Fernando Rodrigues Catão, conduzido para a coordenação da Escola de Contas Otacílio Silveira.

Na ocasião, o chefe do Executivo estadual parabenizou os empossados e desejou êxito na gestão da Corte de Contas. “Eu desejo sucesso aos conselheiros Fábio Nogueira e André Carlo Torres na condução do TCE. Nós sabemos da experiência e competência que eles têm para comandar o trabalho do Tribunal, que vai além da fiscalização, mas no desempenho da função de assessoramento das gestões. Desde 2019, nós restabelecemos uma relação de diálogo e respeito com os Poderes Judiciário e Legislativo e órgãos de controle, celebramos diversas parcerias com o conselheiro Nominando Diniz nos últimos dois anos e vamos seguir fortalecendo as relações institucionais”, frisou. 

Leia Também:  Ministro Edson Fachin limita decretos de Bolsonaro sobre compra de armas e munições por civis: "risco de violência política"

O presidente empossado do TCE-PB, conselheiro Fábio Nogueira, afirmou que sua gestão irá priorizar a pauta da Educação e o fortalecimento do diálogo com os Poderes e sociedade civil organizada. “Nós vamos propor um grande pacto pela Educação, que vai ser o principal eixo da nossa gestão, buscando parcerias com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Vamos colocar à disposição dos gestores todo o nosso corpo técnico, toda nossa expertise, visando garantir a oferta de serviços essenciais à população”, falou. 

O conselheiro Nominando Diniz, que concluiu seu período na presidência do TCE, fez um balanço positivo da gestão e enalteceu a parceria com o Governo do Estado. “Ao longo desses dois anos, nós reestruturamos todo o parque tecnológico do TCE, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração e capacitamos servidores dos municípios. Também agradeço ao governador João Azevêdo que sempre esteve presente em todos os momentos em que o Tribunal precisou do seu apoio”, evidenciou. 

Perfil – Formado em Ciências Jurídicas pela Universidade Estadual da Paraíba, o conselheiro Fábio Túlio Nogueira ingressou no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) como conselheiro em maio de 2006. Foi presidente da Corte de Contas no biênio 2013/2014 e da Atricon – Associação dos Tribunais de Contas do Brasil por dois mandatos.

Leia Também:  Sob pressão, Campos Neto pede a investidores "boa vontade" com governo Lula e diz que "é justo questionar juros altos"

Antes de chegar ao TCE-PB, Fábio Nogueira foi vereador em Campina Grande, por três mandatos, e secretário de várias Pastas da Prefeitura Municipal daquela cidade. Foi eleito deputado estadual para a legislatura 2003/2006. Pela Assembleia Legislativa foi indicado, por unanimidade, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, encabeçando a lista tríplice encaminhada ao chefe do Poder Executivo, para preencher a vaga aberta com a aposentadoria do conselheiro Gleryston Holanda de Lucena.

A solenidade foi prestigiada por diversas autoridades, dentre elas o vice-governador Lucas Ribeiro; o senador Efraim Filho; os deputados federais Hugo Motta e Wilson Santiago; o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino; os deputados estaduais João Gonçalves, Eduardo Carneiro, Luciano Cartaxo, Jutay Meneses, Márcio Roberto e Tovar Correia Lima; o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo Filho; o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena; o presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador João Benedito; o procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio; e a defensora pública-geral Madalena Abrantes.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

POLÍTICA

TUDO SOBRE POLÍTICA

POLÍCIA

ESPORTE

GERAL

MAIS LIDAS DA SEMANA