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Advocacia-Geral da União fecha acordos para receber R$ 7,5 bilhões de dívidas de companhias aéreas
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Advocacia-Geral da União fechou acordo também com massa falida da Varig para pagamento de FGTS para 15 mil ex-funcionários da companhia – Foto: Divulgação/AGU
(AGU/PGFN) – A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), firmou acordos com as empresas aéreas Gol e Azul para regularizar dívida tributárias de R$ 7,5 bilhões junto à União. As transações firmadas com as empresas aéreas regularizam débitos previdenciários e fiscais.
Outro acordo foi finalizado recentemente pela União junto à massa falida da Varig. A transação, no valor de R$ 575 milhões a serem pagos à vista, quitará as dívidas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) da extinta Viação Aérea Rio-Grandense (Varig), beneficiando mais de 15 mil ex-funcionários da companhia aérea. A Varig encerrou totalmente as atividades em 2010.
O acordo é consequência de uma negociação mais ampla firmada em março de 2024, quando a União se comprometeu a pagar R$ 4,7 bilhões à massa falida da Varig. Essa indenização compensa os prejuízos decorrentes do congelamento de preços das passagens aéreas durante o Plano Cruzado (1985-1992). A solução representa um marco importante para a Justiça do Trabalho e para a recuperação de créditos da União.
Segue a rota
Os acordos com Gol e Azul preveem descontos sobre multas, juros e demais encargos referentes aos débitos. A negociação também permitiu o uso de prejuízo fiscal e flexibilização de prazos para o pagamento do passivo de ambas empresas aéreas, uma possibilidade trazida pela Lei nº 13.988/2020, que instituiu a transação tributária.
Para a companhia aérea Gol, o acordo viabiliza a regularização de cerca de R$5 bilhões junto à União. A empresa fará o pagamento de R$ 880 milhões, em até 120 prestações. Os depósitos judiciais existentes, que totalizam R$ 49 milhões e estão vinculados aos débitos negociados, serão convertidos em pagamento definitivo, sem aplicação de descontos.
Como garantias à União, as negociações preveem seguros-garantia vinculados aos processos judiciais em andamento, slots aeroportuários, recebíveis de vendas de passagens e espaço de mídia nas aeronaves.
Cabe ressaltar que a Gol está em negociação com seus credores, na Justiça de Nova York, nos Estados Unidos, em procedimento conhecido como Chapter 11 , o qual se assemelha à recuperação judicial prevista no Direito brasileiro. Isso foi considerado para modelar a transação, de forma a resultar em acordo sustentável e assegurar a conformidade fiscal do contribuinte.
Em nota, a empresa informou que “a celebração deste acordo reflete o compromisso da companhia em manter a regularidade fiscal e em buscar soluções estruturadas para superar desafios econômicos e financeiros”.
No acordo firmado com a Companhia Azul, mais de R$ 2,5 bilhões em dívidas com a PGFN e Receita Federal serão regularizados. A transação prevê o depósito imediato de R$ 36 milhões, o parcelamento do valor remanescente em até 120 prestações, com a utilização de créditos de prejuízo fiscal.
Como garantias, a companhia oferece: slots aeroportuários, espaços de mídia nos aviões, contratos vigentes com diferentes órgãos do Poder Público e partes e motores de aeronaves. Segundo a Coordenadora-Geral de Negociações substituta da PGFN, Mariana Fagundes Lellis Vieira, os acordos representam um avanço significativo para regularização de pendências fiscais agravadas pela pandemia, contribuindo para a retomada de crescimento do setor.
“O País sai ganhando com a garantia de ingresso dos recursos devidos à União, recursos esses que vão para políticas públicas em benefício de toda a população. E também contribui para manter um setor importante para economia do Brasil em termos de logística, comércio e turismo”, ressalta Mariana.
Já o Procurador-Geral Adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União e do FGTS, João Grognet, sustenta que “as transações em questão, tal como centenas de outras firmadas pela PGFN, asseguram a recuperação do crédito público, em benefício da formulação de outras políticas
públicas, e permite a superação da situação transitória de crise econômico-financeira das companhias”.
Transação tributária
Em 2024, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional recuperou mais de R$ 30 bilhões da Dívida Ativa da União com a transação tributária. Considerada uma das principais políticas públicas relacionadas à fiscalidade, a transação foi instaurada em 2020, buscando a regularização consensual de débitos considerados de difícil recuperação ou que o contribuinte não tenha total capacidade de pagamento para cumprir suas obrigações. Desde então, a PGFN já fechou mais de 3 milhões desse tipo de acordo, regularizando R$ 756 bilhões de passivo.
Em 2024, aprofundando o modelo de diálogo entre o fisco e os grandes contribuintes, a Portaria Normativa MF nº 1.383, de 29 de agosto de 2024 trouxe as regras norteadoras do Programa de Transação Integral (PTI). A iniciativa é voltada para solucionar, de forma consensual, litígios tributários de alto impacto econômico e prognóstico jurídico incerto.

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Projeto do túnel Santos-Guarujá será apresentado a investidores europeus, “É a maior obra do Novo PAC”
Empresas com expertise em túneis imersos terão reunião com ministro de Portos e Aeroportos na próxima semana – Foto: Ricardo Stuckert/PR
(Gov) – O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, inicia uma viagem por países da Europa para apresentar a investidores estrangeiros detalhes do projeto do primeiro túnel imerso do país, que ligará as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista. O roteiro começa por Portugal e passa pela Holanda e Dinamarca, onde há empresas de construção com expertise em obras similares à que será realizada para a construção do túnel brasileiro.
O empreendimento faz parte de uma parceria entre os governos federal e estadual, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos. A abertura das propostas está prevista para o dia 1º de agosto, e serão necessários investimentos de aproximadamente R$ 6 bilhões. “É a maior obra do Novo PAC, resolve uma demanda antiga da região e traz dignidade à população, ajudando na mobilidade urbana, gerando empregos e renda, além de fortalecer o Porto de Santos, o maior porto público da América Latina”, avalia o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Segundo o edital, as obras deverão ser concluídas até 2030.
Em Portugal, na segunda-feira (21), está prevista uma reunião com a empresa Mota-Engil, que possui parceria com a chinesa CCCC (China Communications Construction Company), uma das maiores construtoras do mundo, detentora de 32,4% de participação na companhia portuguesa. A CCCC foi responsável pela construção dos túneis submarinos da Baía de Dalian, de Shenzhen-Zhongshan e de Hong Kong–Zhuhai–Macau, um dos projetos subaquáticos mais complexos do mundo.
Em Amsterdã, Costa Filho terá reuniões com as holandesas Ballast Nedam e TEC Tunnel. A Ballast Nedam possui experiência na construção de túneis imersos, como o que cruza o movimentado canal Nieuwe Waterweg, em Roterdã, e o do Iraque, em fase de conclusão. A TEC Tunnel é líder global em projetos e engenharia de túneis e tem fornecido soluções de projeto e construção para empreendimentos inovadores, como a ligação Øresund entre a Dinamarca e a Suécia, a ligação Busan-Geoje na Coreia do Sul, a conexão de 32 quilômetros entre Hong Kong, Zhuhai e Macau, na China, e a ligação Fehmarnbelt, de 20 quilômetros, entre a Dinamarca e a Alemanha.
A comitiva ministerial fará visita ao túnel de Fehmarnbelt, um túnel rodoviário e ferroviário de 18,1 quilômetros de extensão que está em construção sob o Mar Báltico, entre a ilha alemã de Fehmarn e a ilha dinamarquesa de Lolland, destinado à travessia do Fehmarnbelt como parte da chamada “linha do voo dos pássaros” — uma ligação direta por ferrovia e estrada entre as regiões metropolitanas de Copenhague e Hamburgo. Após a conclusão desta obra, sem precedentes em sua dimensão como túnel imerso, a ligação fixa do Fehmarnbelt poderá se tornar o mais longo e profundo túnel combinado de estrada e ferrovia do mundo. Segundo os planejadores, o tempo atual de travessia do Fehmarnbelt, que é de 45 minutos por balsa, será reduzido para cerca de dez minutos de tempo puro de viagem, graças à passagem subterrânea e independente das condições climáticas.
Previsto há quase 100 anos para tornar as duas cidades mais próximas — hoje o deslocamento por estrada dura quase uma hora, sendo a outra opção a travessia por balsa —, o túnel terá 1,5 quilômetro de extensão (sendo 870 metros imersos) e contará com três faixas de rolamento por sentido, incluindo uma exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de acessos dedicados a pedestres e ciclistas. Atualmente, 28 mil pessoas cruzam diariamente as duas margens utilizando barcos de pequeno porte e balsas. A travessia por balsas é considerada a maior do mundo em número de veículos transportados, com uma média diária de 14 mil veículos.
Perspectiva do projeto, em desenho do Ministério de Portos e Aeroportos
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