Esporte
Campanha Cadeiras Vazias ocupa a Arena Fonte Nova, em Salvador pela paz nos estádios brasileiros
Esporte
As cadeiras vazias no estádio representam as pessoas que perderam a vida por conta da violência no futebol entre 1988 e 2023 – Foto: Antônio Cheque
(ME) – Nesta rodada do Campeonato Brasileiro, a ausência de 384 pessoas foi sentida pelos quase 30 mil torcedores que acompanharam a partida entre Esporte Clube Bahia e São Paulo Futebol Clube, na Arena Fonte Nova, em Salvador. A campanha Cadeiras Vazias e o Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol chamaram a atenção do público ao manter cadeiras vazias no estádio, representando as pessoas que perderam a vida por conta da violência no futebol entre 1988 e 2023.
Lançada pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, a ação foi apresentada momentos antes do início da partida. O público presente assistiu a depoimentos de pessoas que perderam familiares em atos violentos nos estádios de futebol. Camisas de diversos times foram colocadas sobre as cadeiras, e uma imensa bandeira branca com a frase “A paz vai ocupar” se destacou no setor Sudoeste da Arena. No total, 1.100 lugares foram reservados para o ato simbólico. Gandulas entraram em campo com uma faixa da campanha para homenagear as vítimas e pedir paz nos estádios.
“A campanha marca um passo importante no combate à violência nos estádios, promovendo o futebol e o esporte como espaço de união e segurança. Queremos que crianças, jovens, adultos e famílias possam torcer juntos e em paz. O objetivo é que o futebol seja um ambiente seguro, onde o amor pelo esporte supere rivalidades. O combate à violência é uma prioridade do Ministério do Esporte e do governo do presidente Lula”, afirmou o ministro André Fufuca.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, também fez questão de prestigiar o ato simbólico e destacou a importância da ação do governo federal no estado. “É uma alegria o Ministério do Esporte ter escolhido a Bahia para fazer essa grande reivindicação pela paz nos estádios. O futebol é um ambiente de construção, tranquilidade, diversão e renda; por isso, a Bahia está sediando hoje essa campanha. A paz vai ocupar”, comemorou.
Os familiares de três torcedores que morreram em decorrência de atos violentos em estádios brasileiros estiveram presentes na partida e ocuparam simbolicamente as cadeiras vazias. Ettore Marchiano, pai da torcedora palmeirense Gabriela Aneli, morta aos 23 anos no dia 8 de julho de 2023, na capital paulista, também participou.
“É uma campanha que – espero – tenha um efeito bem grande, para que a gente acabe com tudo o que está acontecendo. O estádio de futebol tem que ser um lugar para a pessoa festejar, comemorar, encontrar os amigos, extravasar e ir embora para casa em segurança”, acredita Ettore.
A Campanha
As “cadeiras vazias” fazem alusão às consequências muitas vezes irreparáveis da violência: pessoas deixam de ir aos estádios por medo, times precisam jogar de portões fechados como punição e há a ausência permanente das vítimas fatais. A campanha reflete não somente sobre as violências extremas, que ceifam vidas e arruínam famílias, mas também sobre outras formas graves, como racismo, homofobia, xenofobia, agressões contra a mulher e intolerância religiosa. Todos esses atos afastam as pessoas dos estádios e até mesmo as desencantam para sempre com o futebol, um dos maiores pilares da identidade cultural do país.
O número de cadeiras simboliza o total de vítimas fatais de violência no futebol entre 1988 e 2023, conforme levantamento do jornalista esportivo Rodrigo Vessoni.
A ação contra a violência conta com a parceria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg) e dos principais clubes do futebol brasileiro, com o objetivo de promover a paz nos estádios e criar um ambiente seguro, incentivando comportamentos positivos e a denúncia de atos de violência.
Redes sociais
A partir de quinta-feira (7/11), a sustentação da campanha Cadeiras Vazias será impulsionada nas redes sociais com diversos conteúdos a serem compartilhados por atletas, ex-atletas, clubes, torcidas organizadas, influenciadores e outras personalidades. Usando as hashtags #OcupaçãoPelaPaz e #PazNoFutebol, as publicações exibirão peças da campanha, minidocumentários com depoimentos carregados de emoção e saudade de familiares de Paulo Ricardo, Sergio Henrique e Gabriela, informações sobre o panorama da violência no futebol e medidas propostas pelo Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol.
Esporte
Bahia conquista quatro das nove medalhas que levaram o Brasil ao título da Copa do Mundo de Boxe 2025
(Assessoria) – O hexa ainda parece um sonho distante para o Brasil, mas isso não quer dizer que o país deixou de vencer Copas do Mundo. O mais novo título conquistado foi na Copa do Mundo de Boxe 2024, em Sheffield, na Inglaterra, no último sábado, 31. O Brasil conquistou nove medalhas ao todo, das quais quatro foram de representantes baianos. O estado também teve oito atletas convocados para representar a Seleção Brasileira de Boxe Olímpico já de olho nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.
Na Copa do Mundo, Breno Zebim e Joel Silva alcançaram o ouro em suas categorias; já Viviane Pereira conseguiu a prata; e a atleta olímpica de Paris 2024 Tatiana Chagas o bronze. Os resultados colaboraram para que o Brasil alcançasse o topo do quadro de medalhas do torneio.
O presidente da Federação de Boxe Olímpico e Profissional do Estado da Bahia (Boxebahia), Afonso Nunes, comemora o momento que o boxe baiano e brasileiro vive. “Agora, em 2024, tivemos um ano maravilhoso. Só não foi melhor por poucos detalhes que fugiram ao nosso controle. Fomos campeões brasileiros nas categorias elite, cadete e juvenil, inclusive com os professores do projeto Núcleos de Esportes de Lutas e Combates no Centro de Boxe: Marco Antônio e Flávio. Mesmo com apenas uma medalha olímpica em Paris 2024, foi uma baiana que trouxe – Bia Ferreira”, explica.
Essa expectativa sobre o boxe baiano é sempre alta e agora recai sobre mais oito pugilistas, que foram convocados para a Seleção Brasileira de Boxe Olímpico. No feminino-elite são elas: Tatiana Regina de Jesus 54kg, Haziel K. Franco 65kg, Bárbara Maria dos Santos 70kg, e Viviane dos Santos 75kg. Já no masculino-elite estão Breno Luis Ferreira 60kg, Ramon Santos 60kg, Isaias Santos 90kg, e Joel da Silva +90kg. Os atletas serão incluídos na preparação e desenvolvimento para Los Angeles 2028.
O presidente espera ainda mais do Brasil e da Bahia a partir do desempenho dos baianos em torneios elite, juvenil e escolar mundiais. “Nada mais justo do que essa convocação da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) para a Seleção Olímpica Permanente dos oitos atletas baianos. Isso é fruto de um trabalho histórico duro e correto realizado na Bahia, que está trazendo resultados. Precisamos focar cada vez mais e entender que, para manter essa hegemonia, é necessário muito trabalho e dedicação, que serão recompensados no final.”
Projeto Luva de Ouro – Com o objetivo de seguir como o destaque no país e no mundo, aprimorando seus grandes nomes e gerando novos talentos, o Centro de Boxe e Artes Marciais da Bahia, localizado no Largo de Roma, na Cidade Baixa, recebeu cerca de 90 boxeadores de alto rendimento durante as terças e quintas de novembro no Projeto Luva de Ouro, uma parceria da Boxebahia e da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
O projeto visa selecionar os 30 melhores atletas de alto rendimento do estado, que representam a Bahia nas competições nacionais e internacionais, com medalhas, troféus, camisetas e kits do projeto. Afonso destaca a presença de grandes nomes do boxe profissional e relata que foi um grande atrativo ao público amante do esporte.
“Tivemos no ringue 90 atletas baianos filiados à Federação e pertencentes à Seleção Brasileira. Nós recebemos grandes nomes do boxe baiano, como: Yasmine Fernanda, Haziel Crispin, Isaías Ribeiro Filho, Ronaldo Bezerra da Silva, dentre outros atletas que também são contemplados pelos programas do Governo do Estado [o Bolsa Esporte e o Faz Atleta]. É muito importante vê-los aqui [no Centro de Boxe e Artes Marciais] se preparando para representar novamente a Bahia em todo o lugar que vão”, finaliza.
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