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Projeto da Fundação Palmares lança livros sobre a história de personalidades da cultura afro-brasileira

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Projeto Palmares canta, conta e dança visa ressignificar os espaços da Fundação por meio de iniciativas multiculturais – Foto: Filipe Araújo

(FP) – Abrindo o projeto Palmares canta, conta e dança, nesta sexta-feira (27/9), a Fundação Cultural Palmares (FBN), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), foi palco do lançamento de três livros fundamentais para a cultura e história afro-brasileira. Dois deles abordam a vida de personalidades como Abdias Nascimento, um dos mais respeitados intelectuais do movimento negro e da Yalorixá Hilda Jitolu, uma das mais importantes líderes espirituais do candomblé.

“É um orgulho muito grande começar as atividades culturais deste espaço com a literatura. Muita gente pensa que ela não nos pertence, mas nós inventamos as letras, a escrita. Nossos antepassados usaram isso para comercializar, para canções de amor e, principalmente, para manter viva a memória daqueles que já não estão aqui. Hoje celebramos a força da nossa cultura, da nossa história, que resistiu e se fortaleceu ao longo do tempo. Este é só o início de uma nova fase para a Fundação Palmares, de celebração, alegria e conhecimento”, comemorou João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP).

O diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da FCP, Nelson Mendes, destacou a importância desse projeto para a valorização das culturas negras.

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“Hoje estamos inaugurando o projeto de ocupação deste espaço, denominado ‘Palmares Canta, Conta e Dança’, que valoriza expressões africanas originais. Queremos dar voz às histórias, tradições e valorizar expressões da população afrodescendente no Brasil”, disse.

Obras literárias
Entre os lançamentos está a segunda edição de Sitiado em Lagos: autodefesa de um negro acossado pelo racismo, de Abdias Nascimento. Além do texto original e do prefácio de dom José Maria Pires, a obra, revisada e ampliada, conta com a apresentação de Elisa Larkin Nascimento, que ressalta o legado de Abdias.

Representando Elisa, Dayse Gomis, ilustradora, artista plástica e colaboradora do Ipeafro, refletiu sobre a relevância da obra.

“O professor Abdias, diante das encruzilhadas que a vida lhe impôs, sempre soube encontrar saídas. Ele não aceitava opressões, cruzava caminhos e transformava os espaços que ocupava, deixando um legado inestimável para as gerações futuras.”

Mãe da Liberdade: a trajetória da Ialorixá Hilda Jitolu, da jornalista e neta de Mãe Hilda, Valéria Lima, traz à tona a história de uma das maiores líderes espirituais do candomblé. A autora refletiu sobre sua missão de contar essa história e destaca a importância da trajetória de Mãe Hilda para a cultura e resistência afro-brasileira.

“Eu entendi que minha missão era contar a história de minha família, especialmente das mulheres. Mãe Hilda foi uma revolucionária, uma libertadora em vários sentidos. Ela não só fundou o primeiro bloco afro do Brasil, mas foi uma guia e protetora para a juventude negra do Curuzu. Sem ela, o Ilê Aiyê não existiria. Sua força e visão transformaram nosso território e nos deram a liberdade de sermos quem somos”, comentou a autora.

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Fechando a trilogia, O Paradoxo Africano: entre riquezas e miséria, de Boaz Mavoungou, reflete sobre as contradições do continente africano e questiona o legado colonial.

“Eu sou africano de nascimento, mas muitos da minha geração são, na verdade, europeus de pele negra. Eles não entendem o valor de suas raízes, pois seus pais foram moldados por um sistema europeu que os afastou de sua própria cultura. Para mim, foi o contrário. Eu tive que buscar nas minhas raízes para encontrar meu caminho, e essa conexão me deu a sensação de pertencer. Hoje falo das minhas raízes. Somos todos descendentes de grandes rainhas e reis africanos, e é essa herança que precisamos valorizar”, concluiu.

A programação do evento contou com uma roda de conversa onde o público teve a oportunidade de interagir com os autores, além da sessão de autógrafos.

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Professores: Mais de 2,7 mil alunos do Complexo da Maré têm acesso a laboratórios de informática

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Professores falam como o acesso à tecnologia promoveu avanços no desenvolvimento dos estudantes – Foto: Assessoria (Gov)

(Gov) – Com 130 mil habitantes, o Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, foi um dos locais contemplados pelo programa Computadores para a Inclusão, do Ministério das Comunicações, para promoção de inclusão digital na rede pública de ensino.

Seis escolas receberam dez computadores cada, somando 60 equipamentos que hoje compõem laboratórios de informática. As máquinas auxiliam professores para um ensino mais dinâmico e aplicação de conteúdos on-line. Aos alunos mais carentes da região, os equipamentos permitiram uma gama de aprendizados tecnológicos.

Karen Morena, professora de uma das escolas públicas contempladas, disse que a doação dos computadores contribuiu para o projeto de ampliação do uso da tecnologia nas escolas e falou das melhorias na rotina das crianças.

“A ampliação da quantidade de computadores proporcionou melhor dinâmica na aprendizagem dos alunos. Eles buscam informações e tiram dúvidas durante as aulas diretamente na internet, proporcionando uma atuação mais direta com o conhecimento. Os aparelhos tornaram as aulas mais dinâmicas, aumentando o interesse dos alunos”, contou a professora.

A coordenadora regional de educação, Fátima Barros, destacou a importância da inclusão digital dos alunos da comunidade. “A Maré é um território que está sempre com conflito policial e quanto mais os alunos têm intimidade com os meios digitais, maior é a possibilidade de acesso a conteúdo remoto, aulas, mídias educativas etc. Isso não significa que não tenham perdas, mas minimiza, pois passa a ter acesso a este meio, que é uma forma de acesso e mais uma estratégia pedagógica”.

O programa entregou computadores para as seguintes escolas municipais: Erpídio Cabral de Souza (467 alunos); Osmar Paiva Camelo (559 alunos); Genival Pereira de Albuquerque (250 alunos) Olímpiadas Rio (641 alunos); Lino Martins da Silva (379 alunos) e Nova Holanda (449 alunos). Ao todo, 2,7 mil estudantes são beneficiados.

“Essa é uma política pública que faz a diferença na vida dessas crianças e jovens, além dos professores. A meta do Ministério das Comunicações é levar inclusão digital para as comunidades, reduzir desigualdades e promover a inclusão social. É uma grande alegria ver que as crianças da Maré estão tendo o desenvolvimento que merecem dentro desse ambiente digital”, afirmou Juscelino Filho, ministro das Comunicações.

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Computadores para a Inclusão

O programa do Ministério das Comunicações promove a inclusão digital no país por meio dos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) espalhados em vários estados. No RJ, ele fica em Maricá, região metropolitana da capital.

São nesses espaços físicos que máquinas descartadas por instituições bancárias e judiciárias recebem tratamento adequado e são renovadas para entrega em escolas públicas, territórios quilombolas, indígenas e locais remotos e de difícil acesso.

Também é nos CRCs que jovens, adultos e idosos aprendem a recuperar esses computadores doados por meio de cursos e oficinas de informática e manutenção de eletrônicos. O programa promove a inclusão digital e permite a inserção de pessoas no mercado de trabalho com o que é ensinado ao longo do processo de recondicionamento das máquinas.

Depoimento de professores

ESCOLA MUNICIPAL ERPÍDIO CABRAL DE SOUZA

“Houve uma evolução expressiva no letramento digital, principalmente para alunos com mais de 10 anos. Também é muito utilizado para atividades de reforço na alfabetização, através de jogos e pesquisas.”

ESCOLA MUNICIPAL LINO MARTINS DA SILVA

“A doação beneficiou 13 turmas da nossa escola, com um total de 380 crianças, ocasionando uma melhora significativa na aprendizagem, uma vez que, com tal ferramenta, ampliamos o acesso ao novo suporte tecnológico e, consequentemente, sua utilização na rotina escolar.”

ESCOLA MUNICIPAL GENIVAL PEREIRA DE ALBUQUERQUE

“Os computadores servem de aliados na construção do conhecimento dos alunos, pois muitos conseguem construir uma lógica de pensamento, que estimula a alfabetização de forma que faça mais sentido pra eles, além de mais atraente. Alunos que muitas vezes têm dificuldade na hora de transcrever o pensamento para uma folha através do lápis, no computador, através dos estímulos, sentem mais segurança e assim executam melhor as ações.”

“São alunos que só sabiam mexer no celular para utilizarem redes sociais e que hoje entendem que o computador vai muito além disso.
A doação dos computadores possibilitou um acesso mais amplo à tecnologia nas nossas escolas.”

“O uso regular dos novos dispositivos tem promovido um aprendizado mais dinâmico e envolvente, focado no desenvolvimento de competências digitais essenciais para o século XXI. Além disso, essa inclusão digital tem sido fundamental para reduzir as barreiras tecnológicas e proporcionar igualdade de oportunidades entre os alunos.

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ESCOLA MUNICIPAL OSMAR PAIVA CAMELO

“Os computadores também incentivaram o trabalho colaborativo entre os estudantes. Projetos em grupo e atividades multidisciplinares tornaram-se mais fáceis de realizar, estimulando a troca de conhecimento e fomentando um ambiente de inovação dentro das salas de aula. Essa abordagem tem contribuído para o desenvolvimento de habilidades sociais e para um aprendizado mais interativo.”

“Além disso, a doação reforçou o perfil tecnológico das nossas escolas. Com esses recursos, os alunos agora têm a oportunidade de explorar ideias inovadoras e desenvolver soluções digitais em um ambiente educacional mais alinhado às demandas contemporâneas, fortalecendo o compromisso das escolas com uma educação focada na tecnologia e na preparação para o futuro.”

“A partir do uso cotidiano dos computadores, podemos afirmar que são instrumentos valiosos para os alunos de nossa escola, pois proporcionam uma gama de possibilidades educacionais que fazem toda diferença no processo de aprendizagem. Além disso, essas ferramentas despertam o interesse e a curiosidade, itens fundamentais para desenvolvimento pleno do ser na aquisição de novos conhecimentos.”

“Com o apoio mediador da professora articuladora e dos professores regentes e planejamento prévio, os alunos utilizaram os computadores na produção de textos e simulados, na elaboração de jogos pedagógicos, pesquisa e tratamento de dados, dentre outros.”

ESCOLA MUNICIPAL NOVA HOLANDA

“Percebemos, com a implantação dos computadores, um ganho educacional para nossos alunos, permitindo que se insiram em um mundo interativo e conectado com possibilidades de serem não apenas espectadores no processo pedagógico, mas agentes de seu próprio conhecimento.”

ESCOLA MUNICIPAL OLIMPÍADAS RIO

“Os aparelhos doados proporcionaram mais autonomia no processo de aprendizagem, pois passam a despertar o interesse dos alunos em serem protagonistas da busca pelo conhecimento a partir do acesso à internet, contribuindo com a criticidade e a formação social.”

“Proporcionou maior quantidade de alunos com acesso às aulas ao menos tempo, à medida que a quantidade de computadores foi aumentada, ampliando a possibilidade da aplicação das avaliações de forma on-line mais eficaz e prática à medida que o número de alunos que fazem a prova ao mesmo tempo se tornou maior.”

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