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Estudantes criam jogos, programas e até um navegador de internet para crianças em oficina sobre educação midiática

A atividade, que fez parte do calendário da Semana de Educação Midiática, trouxe novos conceitos e ajudou os participantes a repensarem sua relação com a internet e as redes sociais

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Cerca de 40 alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB) participaram da oficina sobre Educação Midiática na tarde desta quarta-feira (25) – Foto: Fábio Fleury / SECOM

Um navegador de internet voltado para crianças de 6 a 10 anos. Um jogo para estimular as famílias a repensarem seu tempo diante das telas e se dedicarem a atividades offline. Um programa de veículos de comunicação para estudantes de escolas públicas poderem falar sobre suas vidas e realidades. Uma certificação para influenciadores digitais que produzem conteúdos educativos para crianças. Um jogo de tabuleiro sobre educação midiática.

Essas ideias foram o resultado de uma oficina sobre Educação Midiática para cerca de 40 alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB) na tarde desta quarta-feira, 25 de outubro, dentro da programação da 1ª Semana Brasileira de Educação Midiática, realizada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.
 
A atividade presencial foi organizada pelo projeto Educom.com, uma parceria sobre educação midiática entre o IFB e o programa de extensão de Comunicação Comunitária da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC-UnB), com participação da Coordenação de Educação Midiática da SECOM, e fez parte do calendário da Semana Brasileira de Educação Midiática.

Na primeira etapa, os alunos dos três anos do ensino médio aprenderam alguns conceitos básicos sobre educação midiática e a importância para uma população cada vez mais conectada à internet e às redes sociais. Em seguida, se dividiram em grupos supervisionados por professoras e também alunos de pós-graduação da FAC-UnB que fazem parte do Educom . com para criar e desenvolver suas ideias de projetos. Por fim, cada grupo apresentou suas conclusões para os demais.

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“O que a gente procura trabalhar é que eles sejam protagonistas de suas próprias histórias, que busquem conhecimentos e aprendizado, tenham noção do próprio potencial. Nossa tarefa é ajudá-los a encontrar isso. Muitos vêm de contextos onde eles não se veem no direito de ter ideias, de ser ouvidos. E aqui, em questão de minutos, criaram tudo isso. Eles vivem nas redes sociais e acho que vão ver de outra forma. Ouvi alguns falando sobre bolhas informacionais, sobre saúde mental. Cada oficina dessas é um passo adiante”, comemorou Patrícia Albuquerque de Lima, professora da Oficina de Atendimento e Comunicação do curso técnico de Eventos do IFB.

A estudante Eduarda Nogueira, 18 anos, admitiu que não conhecia o conceito de educação midiática, mas que rapidamente entendeu a relevância para a sociedade atual, na qual uma parte importante da população vive conectada durante muitas horas por dia. Seu grupo criou o projeto do Navegantes, um navegador de internet para crianças de 6 a 10 anos, que teria funções para filtrar conteúdos inadequados e propaganda excessiva.

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“Gostei muito da atividade, não sabia o que era educação midiática e foi bom ter essa visão geral. E a parte da dinâmica também ajudou muito para aprender melhor na prática. Acho que esse tipo de conteúdo devia chegar a todos os alunos dos outros IFs, para passar essas ideias, ensinar segurança digital e também para todo mundo ficar atento a seu tempo de tela”, disse ela.

Para o estudante Luan Oliveira Batista, 19 anos, outro dos alunos que participou da oficina, o conceito de educação midiática era algo novo, mas que foi rapidamente assimilado. Seu grupo trabalhou na ideia de um jogo de tabuleiro para estimular não só crianças, mas também seus pais, a buscarem alternativas de entretenimento fora das telas de celulares, computadores e televisores.

“A ideia é que cada dia as pessoas realizem pelo menos uma das atividades, um dos desafios, para andar uma casa no tabuleiro: sair de casa, jogar, brincar. Seria muito legal se a gente conseguisse produzir o jogo de verdade, se virasse algo real”, contou Luan, que vai prestar o Enem este ano e pretende cursar Biologia.

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MCom e Anatel visitam escolas conectadas em Cavalcante e conhece a Rede Comunitária do Quilombo Kalunga

As duas escolas visitadas em Goiás receberam rede de internet e 56 notebooks que estão beneficiando um total de 411 alunos

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Foto: Divulgação / Anatel

Ascom MCom – O conselheiro substituto Nilo Pasquali e integrantes do Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape) e do Grupo de Trabalho de Redes Comunitárias (GT-RCom) foram até a cidade de Cavalcante (GO) nesta segunda e terça-feira, dias 20 e 21 de novembro, para visitarem duas escolas beneficiadas pelo projeto-piloto do Gape e também conhecerem a Rede Comunitária Kalunga Livre, localizada no território quilombola desse município. Também integraram a comitiva representantes do Ministério das Comunicações, do Ministério da Educação, da Telcomp, da Conexis e de entidades representativas de redes comunitárias no Brasil.

Ao todo, o território Kalunga está contido no perímetro de três municípios no estado de Goiás: Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. A Comunidade Kalunga, o maior território de descendentes quilombolas do Brasil, está localizada a 69 km do município de Cavalcante, em região de difícil acesso.

No dia 20, data em que foi celebrado o Dia da Consciência Negra, foi feita a visita à Comunidade Kalunga, onde fica a Rede Comunitária Kalunga Livre, e ao Colégio Estadual Quilombola Kalunga I, antiga Escola Municipal Maiadinha e também conhecida na comunidade como Escola da Capela do Vão do Moleque.

Para chegar até o local, a comitiva foi guiada durante quase três horas de estrada de chão por Jeová Soares, 32 anos, membro da Rede Kalunga Livre desde 2017, apicultor, produtor de baunilha, morador da comunidade Vão do Moleque e produtor familiar. Ele falou sobre a dificuldade de manutenção da antena localizada no alto do morro. Contou que ele e os moradores se revezam para realizar o serviço e fazem vaquinha para arrecadar dinheiro. A internet é distribuída num raio de 30 Km onde vivem em torno de 500 famílias. Atualmente existem apenas 30 pontos na comunidade com uma média de 15 pessoas acessando a internet em cada ponto. Relatou que a outra dificuldade é a questão financeira. “Vamos sobrevivendo de vaquinha”, disse. Segundo ele, o preço da internet via rádio fica mais em conta, numa média de R$ 80 a R$ 100 para cada ponto instalado. Em 2014/2015 foi feita a instalação do backbone, beneficiando em torno de 30 casas com a Rede Comunitária. Hoje alguns moradores fazem estudo à distância (EAD) ou semipresencial.

Já no Quilombo, a comitiva se reuniu com lideranças e moradores da comunidade quilombola a fim de ouvir suas dificuldades e entender as demandas relacionada à Rede Comunitária.

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Nilo Pasquali, conselheiro substituto e ex-secretário executivo do Gape, explicou que o grupo cuida da parte de conectividade das escolas. Ele também é ex-secretário do grupo de Rede Comunitárias. “Um dos motivos de a gente estar aqui é exatamente conhecer e poder entender as necessidades, como as coisas funcionam e como a gente consegue ajudar. Não sozinhos, mas também ver quais outros órgãos conseguimos acionar para ajudar a comunidade. Eu queria especialmente agradecer muito a hospitalidade de todos. Obrigado por nos receber”.

O conselheiro Vicente Aquino, que atualmente preside tanto o Gape quanto o Grupo de Trabalho de Redes Comunitárias, foi representado por sua chefe de gabinete, Gesiléa Fonseca Teles, que ressaltou a importância de sair dos gabinetes. “Temos que ir para fora e conhecer a realidade. Essa visita aqui é essa tentativa de a gente ver na verdade o que funciona, como que a internet pode chegar num lugar remoto e como ela pode transformar vidas. Então é um prazer estar aqui, agradeço a hospitalidade”.

O prefeito do município de Cavalcante (GO), Vilmar Kalunga, esteve presente na reunião e sugeriu criar um comitê para auxiliar Jeová na manutenção da conectividade na região. Ele também comentou a intenção de abrir uma rádio comunitária diante da importância e necessidade de se comunicar com os moradores locais.

Ainda no Quilombo, a comitiva visitou o Colégio Estadual Quilombola Kalunga I, uma das escolas beneficiadas pelo projeto-piloto do Gape. A instituição possui 157 alunos e recebeu internet via rádio de 50 mbps de velocidade que foi instalada em abril deste ano. A Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (EACE), que executa os projetos aprovados pelo Gape, instalou um gateway, cinco access point e um nobreak. Foram doados 22 notebooks educacionais, dois projetores, 3 notebooks para professores e dois carrinhos para armazenamento e recarga. A velocidade medida de download foi 22,7 Mbps e 2,31 Mbps de upload na rede acadêmica no local.

Nilça Fernandes dos Santos é a diretora e contou que na escola trabalham oito professoras e são 89 alunos do estado e 43 do município. Ela explicou que, com a internet, os alunos podem usar os sites Net Escola e Educa.com, que têm todas as disciplinas, e também o Goiás Tech. Ela contou que às vezes falta energia no local. “Já temos 50 computadores. Em agosto chegaram os computadores da EACE”, disse. A professora de língua portuguesa Dulcimar dos Santos contou que na semana passada pediu aos alunos para pesquisarem o livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, para uma apresentação em dupla sobre os capítulos e ao final realizaram um debate sobre a obra, o que incentivou a leitura de literatura brasileira.

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No segundo dia, a comitiva visitou a Escola Municipal Morro Encantado, na cidade de Cavalcante (GO), onde estudam 254 alunos. A escola recebeu 31 notebooks educacionais, um projetor, um carrinho de armazenamento e recarga e dois notebooks para professores. A internet foi disponibilizada em abril deste ano, com a instalação de sete access point, um gateway e um nobreak. A velocidade contratada foi de 200 Mbps.

A diretora e professora Alessandra de Faria relatou que os alunos acessam jogos pedagógicos, realizam pesquisa no Google, assistem a vídeos no Youtube sobre assuntos como o meio-ambiente e, no Dia da Consciência Negra, realizaram pesquisa sobre o assunto e apresentação para a turma sobre o tema. Aos alunos menores são disponibilizados jogos de alfabetização e matemática. Uma das plataformas multidisciplinares utilizadas é a Wordwall.

Luana, de 7 anos, contou que gosta de aprender matemática, sua matéria favorita, e de assistir os desenhos no projetor da sala de aula com seus coleguinhas. Ela explicou que seu tio é delegado e por isso ela sonha em ser policial quando crescer. Disse que poderia morar em Brasília, pois é lá que seu pai reside e que às vezes ele vem visitá-la em Cavalcante. Seu pai lhe prometeu um pula-pula e um touro mecânico de presente caso ela passe de ano com boas notas.

“Eles ficam entusiasmados com a internet e evitam faltar no dia que tem aula de informática”, disse a professora Alessandra. Quanto às habilidades digitais das professoras, ela esclareceu que uma professora ajuda a outra, em caso de dúvida ou dificuldade.

Projeto-Piloto

Além das 21 escolas do município de Cavalcante (GO), o projeto-piloto do Gape levou internet de alta velocidade e equipamentos de informática para outras 154 escolas localizadas nas cinco regiões do Brasil. O processo de fiscalização da Anatel sobre o projeto-piloto está sendo está sendo concluído pela Gerência Regional do Rio Grande do Sul. Em seu próximo projeto, o Gape pretende levar conectividade para 5.320 escolas nas Regiões Norte e Nordeste com recursos oriundos no leilão do 5G.

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