Cultura
Ministério das Mulheres avança na construção de programa voltado a mulheres do Hip-Hop
Cultura
Coletivos de mulheres do Hip-Hop realizaram, em Brasília, diversas reuniões, incluindo encontro com a ministra Cida Gonçalves – Foto: Assessoria
(Gov) – O Ministério das Mulheres sediou mais um encontro do Fórum Nacional para a Elaboração de Política Públicas para as Mulheres do Movimento Hip-Hop, com representantes de coletivos de mulheres de diversas regiões do País.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que fez questão de receber pessoalmente as participantes, destacou a importância da presença feminina na construção de políticas públicas que combatam a violência de gênero e promovam a equidade. A expectativa é de lançamento de um novo programa voltado a mulheres do hip-hop durante os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que acontece de 20 de novembro a 10 de dezembro.
Um marco para as mulheres do Hip Hop
O encontro contou com a participação de ativistas que compartilharam suas experiências e ações locais. A reunião marcou o início de uma articulação nacional para estruturar o Programa Mulheres no Hip Hop, que será uma política pública inédita voltada à valorização e ao fortalecimento das mulheres no cenário do Hip Hop brasileiro.
“O Hip Hop sempre foi um espaço de resistência e as mulheres têm desempenhado um papel fundamental nesse movimento. O nosso objetivo com o Programa é criar uma rede de apoio e valorização dessas artistas, oferecendo ferramentas para que elas possam desenvolver suas carreiras e lutar contra a violência de gênero”, afirmou a ministra Cida Gonçalves.
Laços com a comunidade
Como parte da agenda, as participantes visitaram o projeto de extensão “Batalha da Escada” da Universidade de Brasília (UnB), coordenado pelo professor Dr. Leonardo Rodrigues de Oliveira Ortegal. O evento, que ocorre semanalmente no Teatro de Arena da UnB e atrai cerca de 400 pessoas, proporciona duelos de rimas entre os participantes.
As representantes do Fórum foram apresentadas ao público e participaram do debate “A Favela Venceu?”, onde discutiram o impacto do Hip Hop nas periferias e a importância de políticas públicas voltadas para mulheres.
Parcerias estratégicas
Para Fátima Cleide, secretária nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres (Senatp/MMulheres), o Fórum, é uma ação estratégica para fortalecer a participação social na construção de políticas públicas que visem a defesa dos direitos das mulheres em sua diversidade e pluralidade. “Já estamos no terceiro encontro e, cada vez mais, avançamos no desenvolvimento de ações que de fato possam fazer a diferença na vida das mulheres em seus territórios”.
Ao longo dos dias de reunião, foram formados dois comitês para organizar as próximas etapas do programa: o Comitê de Agenda e o Comitê de Texto. Esses grupos irão colaborar na elaboração de propostas e estratégias para o lançamento e implementação do programa.
As participantes do Fórum também realizaram reuniões nos Ministérios da Cultura e dos Esportes, ampliando as possibilidades de parcerias. As discussões abordaram desde o apoio a eventos culturais de Hip Hop até iniciativas de inclusão e capacitação das mulheres no setor.
Justiça climática e gênero
No último dia, o grupo participou do encontro virtual “Mulheres e Clima na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente”, iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima em parceria com o Ministério das Mulheres. A inclusão do tema ambiental reforça o compromisso da pasta em promover a justiça climática com uma perspectiva de gênero, ampliando o espaço de escuta e participação das mulheres em pautas fundamentais para o futuro.
Fórum Nacional
Instituído em outubro de 2023, considerando que a prática cultural Hip-Hop constitui uma forma de enfrentamento à violência, à misoginia e promoção da igualdade, o Fórum Nacional para a Elaboração de Políticas Públicas para as Mulheres do Movimento Hip-Hop é coordenado pela Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política (Senatp), do Ministério das Mulheres, e tem caráter consultivo para a formulação de políticas públicas e campanhas pelo fim da discriminação contra a participação das mulheres no movimento Hip-Hop e pelo combate à misoginia.
Cultura
Cultura em movimento: a transformação do Sudeste pela Lei Paulo Gustavo na cidade de Mucurici
Com investimentos de R$ 1,4 bilhão na região, a LPG impulsiona projetos que valorizam memórias, identidades e acessibilidade artística
(Gov) – Na pequena cidade de Mucurici, no Espírito Santo, uma história do passado renasceu em forma de arte e alcançou milhares de pessoas graças à Lei Paulo Gustavo (LPG). O projeto As Carregadeiras de Lata D’água, idealizado pelo Grupo de Teatro e Dança Estirpe, trouxe para o presente a trajetória de Maria, uma moradora que, na década de 1950, sustentava a família vendendo água em uma comunidade marcada pela escassez.
Com R$ 16 mil, o diretor, produtor cultural e coreógrafo Fabrício de Jesus conseguiu criar dois documentários em formato de poema, música autoral e um vídeo dança gravado em pontos emblemáticos de Mucurici.
“Nossa maior motivação foi a rica história da cidade. Quando lançamos a chamada no Instagram, tivemos mais de 12 mil visualizações. Foi incrível perceber o interesse e o impacto que o projeto gerou”, conta Fabrício.
Além do resgate histórico, o projeto gerou um legado cultural para a cidade. “A Lei Paulo Gustavo fez os artistas aparecerem. Muitos que já tinham desistido retomaram seus trabalhos. Isso promoveu conteúdos ricos que ficarão como legado, contando histórias que refletem a nossa cultura regional”, completa.
O impacto do projeto também foi sentido em sua própria trajetória profissional. Fabrício de Jesus conta que precisou superar obstáculos para garantir a execução do projeto.
“Foi um desafio, mas valeu a pena. Hoje, estamos prontos para novos projetos, como a criação de mais vídeos dança que serão expostos no museu da cidade”, explicou.
LPG no Sudeste
Histórias como a de Mucurici são o reflexo do impacto transformador da Lei Paulo Gustavo (LPG) no Sudeste. Com um investimento total de R$ 1,4 bilhão, a região já executou 85,6% dos recursos, que vão desde iniciativas audiovisuais até espetáculos teatrais e ações comunitárias.
Os números impressionam. São Paulo, por exemplo, recebeu R$ 357 milhões e já executou 91,4% dos recursos, tornando-se o estado com maior saldo em conta para novos projetos. Ao todo, foram R$ 348,4 milhões de recursos já utilizados.
O Rio de Janeiro utilizou 91,9% dos R$ 138 milhões distribuídos, ou seja, R$ 136,9 milhões dos recursos utilizados, com iniciativas voltadas à democratização cultural.
O Espírito Santo, onde As Carregadeiras de Lata D’água ganhou vida, já aplicou 83,9% dos R$ 40,7 milhões disponíveis. Esse valor representa R$ 36 milhões de recursos já utilizados.
E Minas Gerais executou 89,8% dos R$ 182 milhões recebidos, ou seja, R$ 176,5 milhões na missão de revitalizar as ações culturais do estado.
Henilton Menezes, secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, reforça o impacto econômico da LPG.
“A execução da Lei Paulo Gustavo reforça a visão do Governo Federal que considera a cultura como estratégia para o desenvolvimento econômico do País, com valorização da cidadania e dos valores simbólicos brasileiros. Ao impulsionar os setores criativos e apoiar a recuperação das atividades culturais nos estados e municípios, a lei se destaca por sua potência na geração de emprego, na ampliação de renda dos trabalhadores da cultura e no desenvolvimento dos agentes culturais”, comentou.
Segundo Ana Teresa Melo, coordenadora do Escritório Estadual do MinC em Minas Gerais, a LPG é uma importante ferramenta de promoção da democratização da cultura em nosso país.
“É emocionante ver tantas ações de artistas, produtores culturais e trabalhadores do setor em centenas de cidades. É sensível a ampliação do acesso à produção e à fruição, bem como os impactos na economia local e o enriquecimento de nosso ecossistema cultural”, afirmou.
Memória e sensibilidade
Outro exemplo do impacto da LPG vem de Vitória (ES), onde José Celso Cavalieri dirigiu a peça Perdoa-me se esquecer de dizer que te amo. A obra aborda o Alzheimer com sensibilidade e poesia, tratando do cuidado com os idosos e das relações humanas.
“Recebemos R$ 25 mil para montar o espetáculo. Conseguimos realizar três sessões gratuitas, todas lotadas. Foi emocionante ver tantas pessoas tocadas pela história”, conta Cavalieri.
O espetáculo revela os desafios cotidianos enfrentados pela protagonista, que tenta navegar em um mundo que se torna cada vez mais confuso. Os mesmos questionamentos repetidos ao longo do dia são respondidos de forma serena e muitas vezes cômica. A peça convida o público a refletir sobre a importância da memória e das relações humanas.
Apesar do sucesso, o diretor ressalta as dificuldades que ainda persistem no cenário cultural capixaba, como a escassez de espaços para apresentações. “A LPG facilitou a montagem do espetáculo, mas ainda há muito a ser feito para fortalecer a comunidade cultural local”, avalia.
A execução da Lei Paulo Gustavo no Sudeste vai além dos números: trata-se de um movimento que conecta histórias, resgata memórias e dá voz a artistas de diferentes realidades. Ainda para Fabrício de Jesus, o maior legado da LPG é o conhecimento adquirido e a possibilidade de criar conteúdos que ficarão para as próximas gerações.
“Estamos registrando histórias que poderiam se perder no tempo. Isso é mais do que arte; é um patrimônio cultural”, reflete.
Thiago Leandro, diretor de Assistência Técnica a Estados, Distrito Federal e Municípios do Ministério da Cultura (MinC), destaca a importância da parceria entre estados e municípios na execução da LPG.
“É uma alegria muito grande ver os recursos chegando na ponta e os projetos saindo do papel. O MinC sempre esteve e continuará à disposição para colaborar com estados e municípios na execução da LPG. A gente acredita que uma parceria federativa sólida fortalece a cultura em todo o país, ao unir esforços para ampliar o alcance e o impacto das ações culturais. Com a LPG estamos promovendo iniciativas que respeitam e valorizam as identidades regionais, e ao mesmo tempo consolidam uma cultura forte para todos os brasileiros”, falou.
Clique aqui e acompanhe a execução da LPG no seu estado ou município pelo Painel de Dados do Ministério da Cultura.
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